7 de janeiro de 1994
Foi uma decisão difícil, mas precisava recomeçar minha vida, então me mudei para a cidade que minha irmã morava, pensando na minha filha e no seu futuro, juntei todas as minhas economias, vendi o que podia e parti.
Hoje era o primeiro dia dela na creche, estava tão nervosa, praticamente grudada na minha perna parecendo um pequeno polvo, ela era tão linda. A única coisa que puxou de mim foram os olhos, o resto igual ao pai, parecia uma boneca com aqueles cachinhos loiros e essa boquinha tão rosa.
Ela foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Mais num péssimo momento convenhamos não me arrependo de não ter seguido os conselhos para fazer um aborto, não é fácil criar um filho sozinha, mais cada sorriso e abraço dela mostrava porque valeu à pena.
- Mama eu não quero ficar aqui, vamos pra casa. Abaixei e olhei-a nos olhos, podia ver as lágrimas se formando, tanto nela quanto em mim.
- Amor você vai adorar a sua nova escolinha, vai fazer um monte de amiguinhos novos.
- Eu não quelo, tenho um monte assim na ota. Ela fez o gesto de mãozinha cheia.
- Eu sei filha, mas a nossa casa é aqui agora com a tia Samantha e os seus priminhos. Vamos fazer um trato, se você ficar boazinha hoje e conhecer todo mundo, vamos ao parque sábado. Ela fez um biquinho pra mim.
- Jula. Acenei que sim.
- Tá bom. Falou um pouquinho tristinha ainda. Peguei a sua mão, mas ela continuava grudada em mim, segui em direção a sala dela. Cumprimentei e me apresentei à professora da turma, que parecia bem tranquila e já chamou a atenção da Gabi, elas iam se dar bem.
Logo um vulto me chamou a atenção e vi um garotinho correndo da mãe e se aproximando de mim, a mãe dele me deu um sorriso. Ele parou na frente da Gabi, sorriu para mim e depois olhou para ela de novo.
- Oi, meu nome é Matt. Qual é o seu? Ela olhou para mim e depois respondeu.
- Gabriele. - Falou tímida.
- Você quer ser minha amiga? Ele parecia bem nervoso e ansioso. Ela sorriu para ele.
Enquanto ele estendia uma mãozinha para ela, senti sua mão me soltando e a observei indo na sua direção, pegando a mão dele, eles começaram a caminhar para onde tinha outras crianças. Mas ela o parou, se virou, olhou para mim e sorriu. Tipo mãe pode ir, estou bem agora. Não posso acreditar que vi isso entre duas crianças de 3 anos.
A deixei ali com meu coração apertado, porém sabia que minha filha estaria bem. Senti uma mão no meu braço e voltei minha atenção.
- Bom dia, parece que nossos filhos se deram bem. Muito prazer meu nome é Victoria.
- Muito prazer, Emma. Parece que sim, eu estava preocupada por ser o primeiro dia dela, de não se adaptar.
- Relaxa, é o segundo ano do Matt, ela arranjou um companheiro, você precisa ver ele com o meu filho mais novo, é um cuidado. Ela parece ser bem tranquila. Estávamos observando as crianças, algumas pareciam meio irritadas, outras meio dormindo e umas bem agitadas.
- Preciso ir, muito prazer, até uma próxima. Despedi-me dela, dei uma última verificada e parti. Teria um dia agitado, mas que valeria a pena.
S
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Fica comigo! (Retirada 27/07)
Literatura FemininaSabe aquela vontade de chutar o balde e fazer tudo que você sempre quis e desejou, mas ficou anos guardando esses sentimentos, o destino simplesmente escolhe te mostrar os resultados por ser tão idiota... Conheci o Matt quando tínhamos três anos...