Capítulo 4 - Traga a minha esposa, AGORA!

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"Mundos divididos
Por um sombra de uma traição
Caminhos que se unem
Sobre rios de dor

A ganância foi semeando
O veneno e a ambição
Entre dúvidas e um abismo
Coração que mente, coração

Quis me afastar
Quis te esquecer
Mas o céu não permitiu
Nosso destino
Já estava escrito
Entre mares de fogo e paixão

Sou escravo em teu corpo que queima
Em um jogo em que sou ganhador"

Corazon que miente-David Bisbal
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Ao anoitecer, depois do bar fechar, José Alfedo juntou-se aos amigos para pensar nos próximos passos. Não conseguiu esquecer da postura enfraquecida dela, seria impossível se abster dos olhos de sua esposa totalmente opacos e sem brilho, que muitas vezes se devia a fúria de suas provocações.

- Estou falando pra vocês, algo muito estranho anda acontecendo. A Marta não é assim. Nunca!

- Pois, meu amigo, te sugiro investigar - aconselha Manoel.

- Como? - perguntou - Cristina não frequenta tanto a minha casa, Maria Clara detesta a irmã.

- Comendador, não fique bravo comigo. Mas já passou da hora do senhor contar para a imperatriz - pronunciou-se Josué.

- Isso está fora de cogitação!

- O senhor ainda acha que ela é o seu inimigo? - questionou Josué, quase sem paciência pela teimosia do patrão - Pense, comendador! Ela nem parece a imperatriz que todo mundo conhece e a mudança é visível, o senhor mesmo falou que a viu triste. A Isis sabe, a louca da tia da Cristina já te viu... O que impede de contar para a Dona Marta?

- Não posso confiar em ninguém, qualquer um pode ser o tal "Melgaço", sem contar que, eu teria que lidar com a fúria dela e uma coisa vocês tem que entender, tê-la como uma aliada é ótimo, mas como inimiga. Vocês nem imaginam.

- Meu amigo, é a sua família, a sua esposa! ‐ voltou a dizer Manuel.

- Já disse que não! Vou fazer melhor que isso, irei seguir os passos de Marta e saber o que está acontecendo - contou como se na perspectiva dele, fosse a melhor ideia para o momento - A Cristina me garante informações da empresa e você precisa me garantir as de minha casa - apontou para o motorista.

- Eu? Dona Marta é muito esperta e qualquer coisinha ela percebe no ar, só se colocar escutas por todos os lados, patrão. Fora isso, esqueça! - brincou.

O comendador mirou seu fiel escudeiro como se uma lâmpada em sua cabeça voltasse a funcionar, essa sim poderia ser considerada uma possibilidade brilhante, dessa forma, talvez nem precisasse colocar a filha e o motorista como informantes atuantes numa espécie de linha de frente. Com toda a determinação afirmou:

- Sabe que não é uma má ideia!!!

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Qualquer solução parecia melhor, aos olhos de Josué. Investigar a patroa era algo perigoso, só o desespero da incerteza faria o comendador tomar essa decisão.

Trabalhava muitos anos com ele, e mesmo sendo impulsivo na maioria das vezes, não era totalmente leigo nas suas decisões. Até muito esperto, levantou um império, um empresário renomado e popular entre o povo. Somente o desespero o faria arriscar ser descoberto e o motorista sabia que pra ele não importava o risco e sim, os resultados, as descobertas.

Nós Poderíamos Ter Tido Tudo-MalfredOnde histórias criam vida. Descubra agora