Capítulo 11 - A Prisão

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"A vida é um rio
Estamos no mesmo barco
Remaremos juntos
Pra onde vai esse rio
Ainda não sabemos
Mas, remaremos juntos

Ainda temos estrelas pra alcançar
Sonhos pra sonhar
Flores pra regar
Mas, precisamos fazer isso juntos
E vamos fazer isso juntos

Oh, oh, oh
Não seremos os mesmos jamais
Oh, oh, oh
Se a gente falar menos e agir mais"

A Vida é um Rio-Raffa Torres
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Após a conversa, Marta sentia-se envergonhada, não o olhava. Já o comendador era insistente, a encarava sem ao menos piscar...O contato foi o limite. O calor do abraço, o beijo na testa, tudo era demais.

- É... você pode me dar licença? Preciso me arrumar e ir pra império.-ela estava desconversando, uma mania que tinha quando sentia-se sem jeito, desconfortável. Mordia os lábios ou coçava a nuca também.

- Claro, mas temos que pensar o que fazer pra recuperar a império né?!

- Falaremos sim. Não agora, quando eu voltar. Pode ser?

- Te espero!

Ele esperaria, com toda a certeza.

Após a saída de sua mulher e dos filhos para a empresa, o comendador não tinha nada a fazer ou um passatempo, apenas pensar e pensar. Problemas, soluções, divórcio, amante, Melgaço...Mas nada é fácil para um imperador e uma denúncia anônima poderia acabar com tudo.

- José Alfredo Medeiros, o senhor está preso por contrabando de pedras preciosas!!

Foi um susto. Policiais a sua volta, um mandato de prisão e um mordomo pronto aparentemente estático. Ele sabia dos riscos que corria ao voltar, no momento do desespero foi a melhor solução. Era melhor apegar-se com os benefícios. A família e ela, a sua mulher.

- Perdão lord chip, mas não pude evitar, barrar a entrada. Afinal, é a polícia - justificava Silviano.

- Avise a minha mulher!

- Vamos, por favor comendador?-falava o policial enquanto o guiava pelas costas.

- Falta as algemas.

- Não é necessário, vamos!-voltou a dizer o policial.

- Eu quero. Coloque as algemas!

A falta de entendimento dos homens ao seu redor era nítida, quem gostaria de ser algemados? Um situação inusitada para um empresário tão renomado.

- já que insiste!-respodeu colocando-as.

- Meu Deus! Patrão, o que é isso?-claraide que entrava no ambiente diz alarmada.

- Tudo bem, mulher! Só avise a minha esposa e os meus filhos.

- Vou preparar um saparapatel do jeito que o senhor gosta quando voltar. Boa sorte!-a simplicidade e a preocupação da empregada era algo que admirava. Claraide teve até o cuidado em tampar suas mãos para que ninguém o visse algemado, mesmo sendo a sua vontade.

Por incrível que pareça, foi uma abordagem discreta. Sem alarde e tanta multidão o esperando. Claro que ao chegar na delegacia não!

Haviam mais policiais, pessoas o esperando só para ter o gosto de dizer que viram o abominável homem de preto. E obviamente, os repórteres.

- Comendador, o que acha de sua prisão?

- Comendador, a sua família já sabe?

- Comendador, onde esteve esse tempo todo?

Nós Poderíamos Ter Tido Tudo-MalfredOnde histórias criam vida. Descubra agora