Quando Yaçanã voltou pro apartamento se Stephani naquela tarde, ela não achou a garota em momento algum, não sabia se ela já tinha saído para Wembley ou simplesmente não quis voltar pra casa, então apenas resolveu procurar alguma outra saída para o problema Sirius Black que tinha em suas mãos.
Laufeyson quando saiu da Sony, pegou seu carro e resolveu apenas sair pelas ruas de Londres como se não tivesse nenhuma responsabilidade, pois era assim que Stephani queria realmente se sentir nesse momento, alguém que não precisava se preocupar com nada, com sua carreira, com sua vida, com absolutamente nada. Mas ela nunca pôde ser assim, não era culpa de seus pais, isso é um fato, até porque ela mesmo escolheu jogar futebol, não foi uma obrigação dos pais dela nem nada, foi uma escolha que ela fez aos 13 anos, e tudo bem, ela lidou muito bem com isso, o problema é que Stephani nunca teve uma adolescência normal. Sei lá, enquanto Yaçanã se permitiu a conhecer pessoas e se apaixonar, ela se preocupou em ser a melhor do mundo, enquanto ela achava legal ver a amiga fã de muita coisa, ela só foi aprender o que era admirar tanto um artista quando foi morar sozinha e a amiga apresentou o universo da Marvel a ela, tinham momentos que ela só não queria ter o peso que teve nas costas aos 19 anos quando disputou sua primeira copa do mundo. Sérgio, atual defensor do PSG, que na época era do Real Madrid como ela, foi a pessoa que mais a aconselhou. Ela lembrava deles disputando pontinhos e o espanhol falando que ela não tinha que ficar tão noiada com as coisas e preocupada como ela sempre ficava, mas Stephani só conseguia pensar que pra ele era fácil, futebol masculino nunca exigiu tanto, é claro que ela tinha talento, mas ela era a melhor do time feminino e ganhava menos do que o pior jogador do masculino da época. Então é óbvio que ela trabalhava dez vezes mais pra provar que era sim muito boa e que podia ter tudo o que queria. Então se hoje Stephani tinha o carro dos sonhos, o apartamento dos sonhos, e a vida dos sonhos, foi por ela abrir mão da vida que ela poderia ter.
Almoçou em um restaurante Italiano que ficava em Canden town, um lugar extremamente barulhento no centro de Londres, passou um tempo no hyde park e de lá mesmo foi até o estádio de Wembley. Teve uma pequena sessão de fotos e depois cubriu toda a entrega do estádio ao time do Liverpool. Fez seu trabalho como sempre e ao voltar pra casa, Stephani se sentia tão sem emoção, que pensava na conversa que teria com a amiga. Porque caralho Laufeyson estava pensando tanto em ajudar a melhor amiga? Maldito olhos de jabuticaba que a deixavam com pena de negar qualquer ideia imbecil que Yaçanã tinha. Ela na verdade botava a culpa nos olhos e não no fato de que essa era Yaya na sua vida, ela topava qualquer coisa por ela. Lembrava quando foi morar na Espanha aos 17 anos, logo quando largou a escola, e a melhor amiga se mudou junto a ela sem sequer pestanejar. Lembrava também das vezes que a garota fazia questão de largar todas as obrigações que tinha pra consolar Stephani se fosse preciso. Yaya sempre foi sua melhor amiga, que ódio que ela teve nesse momento.
Estacionou o carro, soltando um suspiro realmente longo ao quando pensou na conversa que as duas com certeza teriam. Ste andava muito lentamente, pegou o elevador sem o mínimo de pressa e demorou mais que o normal pra achar a chave de casa. Entrou vendo a escuridão do apartamento, se perguntando se Yaya realmente estava ali ou não e quase teve um infarto quando ouviu o sussurro da amiga, logo ligando a luz podendo vê-la deitada sobre o sofá.— Meu olho, Ste — ergueu o corpo tampando os olhos com as mãos, se sentando no sofá onde estava deitada.
— Talvez você esteja merecendo, yaya — respondeu com uma tranquilidade que até fez Yaçanã estranhar, cruzando suas pernas em cima do sofá olhando para a garota que tinha se sentado ao seu lado — Obviamente você sabe que eu não te odeio, mas nesse momento eu comeria uma barra de sensação na sua frente sem sequer oferecer — viu a amiga fazer uma expressão sofrida, torcendo a boca em chateação — Yaya, você sabe muito bem que eu já não me dou bem com pessoas, você sabe realmente disso. Sabe também que as minhas relações consistem em transar e nunca mais ver a pessoa, no máximo uma segunda vez se for muito bom, mas eu não sei lidar com relacionamentos, sempre foi assim, não quero pessoas comigo por interesse.
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Partners In Crime AU! Sirius Black
RomanceEles não eram nada prováveis como casal, tecnicamente a única coisa que ligava um ao outro era uma única pessoa, pessoa essa que foi quem colocou os dois nessa sucessão de problemas... Uma metáfora inspirada na música Partners in Crime dos Strokes...