Trinta e nove

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Ao despertar na manhã seguinte, Ísis não se surpreendeu ao notar a ausência de Bruno no espaço destinado à ele na cama.

O atleta saíra cedo com o intuito de acompanhar as irmãs e o pai em uma das muitas trilhas da cidade do Rio.

Bernardo a convidara gentilmente por mensagem de texto, já que gostaria muito conhecê-la pessoalmente, mas obtivera um educado não em resposta.

Ísis não queria estragar o programa em família dos Rezende.

Ainda mais com um pequeno Rezende possivelmente a caminho.

Sabendo que o atleta demoraria a voltar, ela saltou da cama e apressou-se a se arrumar.

Ísis tentaria um encaixe de última hora para uma ultrassonografia em uma clínica de renome, e para isso, precisaria estar apresentável.

Ela sabia que os poucos minutos de choro derivados da discussão com a mãe na tarde anterior, a fizeram parecer exausta e destruída fisicamente.

Poucos porque realmente não gostaria que Bruno soubesse da discussão.

Se chorasse em sua frente, tinha certeza de que o companheiro não desistiria até ter conhecimento do verdadeiro motivo de suas lágrimas. Então para evitar novos conflitos, ela resolveu se calar pensando ser o melhor a se fazer.

Logo após um demorado banho, Ísis optou por deixar que seus fios de cabelo secasse naturalmente, enquanto prepararia seu café da manhã.

Faminta já que agora se alimentava por dois, ela caminhou pelo apartamento em direção à luxuosa cozinha, enquanto com o auxílio de uma toalha retirava o excesso de água das mechas loiras.

Chegando a seu destino, surpreendeu-se ao encontrar a mesa já posta para o café, e em seu centro, um buquê de girassóis acompanhavam um cartão escrito à mão.

"Girasoli per te che mi fai così bene,
mio ​​sole.         

–il tuo amore, Bruno."
  

"Girassóis para você que me faz tão bem, meu sol.

–Seu amor, Bruno."

Encantada com o gesto do companheiro, Ísis sorriu como boba enquanto encarava o pedaço de papel em mãos.

Ela nunca havia recebido flores antes.

De fato, Bruno a amava como ninguém fizera anteriormente... E era isso o que confortava seu coração em relação a gravidez precoce.

A jovem ainda mal tinha a confirmação da gestação, porém sabia que não teria problemas quanto ao companheiro, afinal, estaria realizando o maior de seus sonhos.

Ser pai.

Ao finalizar a refeição, ela seguiu em seu carro pelas largas avenidas da cidade, até encontrar o endereço constatado no gps.

A clínica obstétrica parecia ser extremamente idônea, já que aparentava ser luxuosa e frequentada pelos do mais alto escalão carioca.

–Oi... consegui um encaixe de última hora para uma ultrassonografia. Declarou timidamente simpática à recepcionista

–Senhorita Ísis Dal Zotto? Perguntou ao checar o computador a sua frente.

–Eu mesma.

–Você pode aguardar ali enquanto preparamos sua ficha médica, não demoraremos a te chamar. Sorriu ao apontar alguns sofás no canto da sala

Coworker | Bruno Rezende Onde histórias criam vida. Descubra agora