Capítulo 12 - Gripado

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Mesmo que fosse ligar para Renan agora, ele não poderia atender por estar no trabalho e isso não é permitido. Foi até o mercado e não encontrou a raposa, o que lhe deu um aperto no coração. Foi até o encarregado do setor em que a raposa trabalhava e não descobriu nada. Nem mesmo o encarregado sabia da raposa.

O leão ficou preocupado, pegou seu carro e foi até a casa da raposa. Encontrou as portas e janelas fechadas. O coração acelerou de preocupação. Tentou abrir as portas e janelas.

Uma ariranha fêmea, de pouco mais de meia-idade, questionou o leão o que estava fazendo naquela casa. Atlas explicou que estava preocupado com seu amigo, já que ele não respondia. A ariranha lhe informou que um amigo dela levou a raposa ao posto de saúde.

Ouvir "posto de saúde" deixou o leão em alerta. Aquilo era preocupante. O que poderia ter acontecido? Entrou no carro de novo e foi até o posto de saúde mais próximo. Saiu do carro e foi até a atendente. Perguntou sobre sua raposa.

— Que raposa, senhor? — questionou a atendente. — Só hoje vieram umas nove.

Atlas descreveu o seu amigo, mas a atendente continuou não sabendo como proceder. O leão descreveu com mais detalhes — nesse momento desejou ter uma foto de seu amigo para mostrar a ela. A atendente falou de uma raposa que entrou no posto de saúde e que estava bem mau. Parecia que ia cair no chão a qualquer momento.

— Bem, o nome da raposa é Samuel — falou a atendente.

— Não, não é ele. O nome dele é Renan — falou Atlas.

— Nenhuma raposa com esse nome deu entrada no posto, senhor — falou a atendente, o que deixou o leão de cabeça quente de irritação.

Esforçou-se para não perder a cabeça. Você não é assim, Atlas, disse para si mesmo em pensamento. Limitando-se a manter a expressão fechada e nada além disso. Não queria demonstrar que estava irritado por não ter respostas.

Voltou à casa da raposa e, para sua surpresa, encontrou a janela da casa de seu amigo aberta. Ele está lá? Saiu do carro e foi até a casa com o passo apressado e o coração disparado.

Olhou pela janela e encontrou uma raposa deitada na cama, com o ventilador jogando ar sobre ela. Uma garrafa d'água estava ao lado da cama, no chão. Renan não parecia muito bem e notou quando seu amigo leão surgiu.

A raposa gemeu de desconforto ao virar-se para o leão, que deu uma risada.

— O que foi? — soou Renan, mal-humorado. — Nunca viu uma raposa gripada?

— Gripada? — Atlas disse, surpreso e deu uma risada de alívio. — Até ontem você estava bem.

— Deve ter sido você quem me passou — acusou Renan em divertimento. Levantou-se da cama, gemendo de desconforto.

— Não precisa se levantar, já vou entrar — disse e foi para a porta rapidamente. A raposa falou algo do quarto, mas não escutou.

Na porta, descobriu-a trancada e precisou de um tempo até que Renan chegasse e a abrisse.

— Eu falei para você que a porta estava trancada, cabeção — falou a raposa após abrir a porta. — O que foi agora? — questionou o amigo.

O leão revelou sua preocupação por causa do beijo que deu nele. Imaginou que estivesse chateado, por isso, foi até a raposa.

— Era essa a sua preocupação? — Renan deu uma risada. A voz estava fanha por conta da gripe.

— Está sentindo mais alguma coisa? — Atlas ficou preocupado. — Quer ficar lá em casa?

Coração Quente (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora