Capítulo 22 - Um leão paciente

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Renan ficou tímido por um bom tempo e precisou de espaço para processar o que fez. Mesmo querendo um espaço, não quis se afastar do leão. Limitou-se a ir até a cozinha, ficou ali por um tempo e voltou à sala. Foi para o quarto e Atlas o seguiu. Pensou que fosse para fazer o ato, mas descobriu que não era isso. O leão apenas pegou uma cueca boxer para se vestir e voltou à sala. A raposa fez o mesmo.

Os rapazes assistiram um pouco de TV e depois ligaram seus notebooks para conversam com a rapaziada do RPG. Eles estavam todos online. Com bastante tempo livre, aproveitaram para jogar uma sessão. No entanto, como bem sabiam, uma sessão demorava horas e horas e nisso eles se prenderam até a chegada da noite. Um dos dois machos se ofereceu para fazer o jantar enquanto o outro controlava dois personagens ao mesmo tempo.

O jantar ficou pronto e os dois machos comeram em frente aos computadores, lançando dados, feitiços e habilidades enquanto o mestre os atacava com o seu dragão lendário de duas cabeças. Atlas desconfiou das jogadas do mestre, de seus risos disfarçados e sugeriu a Renan para pedir um teste de investigação ou conhecimento para analisar a criatura e saber mais sobre o oponente. Feito isso, descobriram que se tratava de uma hidra. Todos os jogadores ficaram surpresos.

— Alguém tem uma tocha aí? — questionou alguém.

Uma tocha seria útil para cauterizar o corte do pescoço da hidra e impedir que mais duas cabeças nascessem no lugar.

— Eu não tenho!

— Eu também não!

— Eu consigo improvisar uma — informou o outro. — Mas vai levar um tempo.

— Vai levar uma hora completa para você construir o item — informou Lucas, o mestre.

— Dentro do jogo, cada rodada equivale a quanto tempo? — questionou alguém.

— Um minuto — respondeu o mestre.

AH! VAI TOMAR NO CU QUE EU VOU DEMORAR SESSENTA RODADAS PARA CONSTRUIR ISSO — reclamou o jogador aos berros.

O mestre deu uma risada. — Para esse item, por ser bem simples e vocês estarem numa luta, vai levar apenas uma ação completa.

— Obrigado — falou o que tinha gritado.

Eles continuaram a batalha árdua contra a hidra. Cortando as cabeças que surgiram e queimando os tocos que ficavam no corte. Após derrotarem o inimigo, o mago e o bardo do grupo tomaram a função de curar quem estivesse ferido.

Algumas nuvens no céu escuro prenunciavam a chuva que cairia em breve. A jogatina deixou a mente do leão cansada, no entanto, ver seu amigo apenas de cueca despertava-lhe o desejo de penetra-lo. Contudo, tinha em mente que isso não aconteceria hoje.

Tomaram banho juntos e Atlas quis acariciar o corpo de seu amigo que, de início, relutou ao toque, mas cedeu aos poucos e com alguns beijos. O fogo acendeu no leão, revelado pela excitação que aflorou de seu sexo.

Lavaram o pelo e foram para a cama. O jantar, por outro lado, ainda pesava em seus estômagos e a digestão deixou seus corpos letárgicos e com as mentes sonolentas. Dormiram juntos na cama. Renan adormeceu rapidamente e Atlas, gostando de sentir o corpo de seu amigo, abraçou-o e o apertou contra seu corpo massivo carinhosamente. A raposa abriu os olhos sonolentos por um momento e tornou a dormir.

Atlas sentia o peito e a barriga macia de seu amigo. As costas da raposa foram pressionadas carinhosamente contra seu peito e sua barriga. A cauda do canídeo abanou um pouco, batendo um pouco em sua coxa. A cauda do felino dobrou-se para frente, enrolando-se em ambos.

O grande leão adormeceu sentindo o calor de sua raposa. O ventilador que ligaram soprou na direção deles para dissipar o calor.

...

Coração Quente (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora