Capítulo 9 - Partiu Missão!

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No capítulo anterior: Por essa nem Jânus esperava: enquanto meditava sobre que missão poderia arrumar para Tassadara e Reala, apareceu no seu gabinete o Ministro Pândor, relatando a necessidade de se levar uma erva rara à capital, para o mago da corte conjurar a magia de clarividência que permitirá recuperar um anel que foi roubado do cofre real. É claro que a missão recaiu sobre nosso trio. Ah, e no final teve beijo ^^

Tassadara girava na cama de um lado para o outro. Inquieta, encolhia as pernas, abraçava o travesseiro, esticava-se de novo, rolava para o canto da cama junto à parede... de vez em quando adormecia levemente, só para acordar em seguida e esquecer do que havia começado a sonhar. Uma noite péssima, por essa descrição, não fosse por mais uma circunstância: os sorrisos constantes. A mulher forte que rolava despida na cama embaixo do lençol não conseguia dormir era de tanta felicidade que sentia!

Naquela noite, horas antes, descobriu que existia um mundo de prazer para ela. Pela primeira vez, beijou e foi beijada com paixão. Alargava o sorriso ao máximo só de lembrar dos lábios de Barrim descendo pelo seu pescoço, envoltos naquela barba gostosa, que a fez se arrepiar incontáveis vezes. Não fosse pela missão, para a qual deveria partir daqui a pouco, quereria estar até agora com ele na cama, sentindo o seu corpo junto ao dela, beijando, beijando... até ele se despedir, alegando que não era prudente partirem sem dormir pelo menos um pouco.

Ela lamentou quando ele, de pé, recolocou o robe, por sobre o calção íntimo. A essa hora, finalmente a lua já se elevava no céu e ela pôde admirar cada curva dele. Barrim não se dedicava mais com assiduidade aos treinos de luta, mesmo assim os músculos cultivados ao longo dos anos ainda estavam ali, chamando-a para acariciá-los a noite inteira, e em seguida se despedindo quando ele se cobriu.

Lembrar disso a deixava ruborizada e eufórica, em especial ao acrescentar a facilidade que ela teve para afrouxar os cordões do próprio robe, que caiu com facilidade até a altura da cintura. Esforçou-se para mantê-lo ali, simplesmente porque o que estava acontecendo já era bom demais. Depois que Barrim foi embora, arremessou-o contra a parede, rindo, e desejando que ele fizesse aquilo da próxima vez.

Ajeitando-se sob o lençol, imaginou algumas vezes em que outros locais do corpo seria gostoso ser beijada, e em cada hora teve uma reação diferente: um rubor na face, um calor pelo corpo, uma mordida inconsciente no próprio lábio e vários risos de vergonha. Não existia nenhuma norma que proibisse os clérigos de se relacionarem, mas ninguém jamais lhe ensinou a fazer essas coisas. Teria que aprender por si mesma e queria muito!

Tinha como dormir assim?

Não foi surpresa quando, no meio de mais um leve mergulho no sono, ouviu o primeiro clérigo começar a cantar, provavelmente do outro lado do corredor. Logo, outros se juntaram a ele. Era o despertar da Igreja, em que os clérigos que acordam primeiro começam a cantar músicas de louvor e de otimismo, exaltando os valores da deusa Jade, assim que o céu da madrugada clareia o suficiente para indicar que um novo dia vai mesmo surgir.

Tassa sentou na cama devagar, mas, ao contrário da manhã anterior, tinha o corpo leve. Sentia entusiasmo e muita alegria. Deslizou para fora do cobertor e se espreguiçou longamente de pé. Quando abaixou os braços teve vontade de gritar "Bom dia!" Em vez disso, uniu sua voz meio afinada à cantoria dos demais, enquanto escolhia roupas limpas para vestir. Optou por uma camiseta branca leve e uma calça marrom grossa, para cavalgar com mais conforto; sabia que passaria muitas horas atritando na cela da montaria. Colocou várias roupas na mochila de viagem, em especial com mangas e pernas longas, porque Jânus já adiantara que teriam que entrar na floresta.

Na verdade, para a missão como um todo ainda faltavam informações. Ou talvez ela não tivesse entendido completamente, devido a toda a magia envolvida. Pelo que entendeu, ela estava de partida para pegar uma erva mágica e levá-la a um grande mago da capital do reino, para ele poder conjurar uma mágica poderosa a fim de encontrar quem anulou as magias de proteção da sala do tesouro e roubou o anel mágico do rei. Ufa! Ainda bem que uma das suas companhias também seria um mago, talvez ele saiba lidar com essa magia toda.

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