Capítulo 14.2 - Kéleres

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(o capítulo 14 foi dividido em 2 partes para melhor caber no "formato Wattpad")

No capítulo anterior: Depois de acordarem de boa na floresta, depois de uma excelente noite de descanso e amor, o grupo é atacado por quatro elfos que exigem saber onde fica uma caverna. Talvez, se tivessem só pedido com educação, estivessem vivos agora, porque o grupo da Tassinha tem clérigos, tem um quase mago e tem YAMARA! Mas Reala sofreu graves ferimentos nos braços...

Barrim fez um gesto de aprovação enquanto se aproximava, ainda recuperando o fôlego. Já a clériga a ignorou solenemente. Vendo que o amigo começava a tremer, provavelmente pelo choque de ver seus braços rasgados, gritou para Barrim:

- Meu Foco! Está na tenda!

Ela sabia que, com o símbolo sagrado em mãos, a cura seria muito mais eficaz, mas não queria sair do lado do amigo; a mera presença de um clérigo já dava segurança ao paciente. E, naquele caso, o paciente era mais importante que o normal.

Para sua surpresa, foi Yamara quem correu até a tenda, procurou e voltou com o Foco, entregando-lhe em segundos.

- Cura ele, Tassinha.

Agradeceu-lhe, mesmo estranhando o gesto. Voltou a atenção para o paciente já com o poder divino fluindo pelas mãos. Sentiu o poder de Jade de forma mais intensa do que quando curou Bértom na taverna.

Barrim chegou ao lado de Yamara, que olhava fixamente a ação da clériga.

- O outro guerreiro?

- Perdeu a cabeça. – ela respondeu sem desviar o olhar.

- Hã?

- Tadinho... Já era.

Decidindo que não queria saber se ela falava literal ou metaforicamente, mudou de assunto.

- É bonito, não é? Depois de tantos anos, ainda acho impressionante. – referiu-se ao braço rasgado, cujo tecido muscular se juntava e aderia, imitado em seguida por todas as camadas da pele, da mais inferior até a epitelial.

- Você também consegue fazer isso? – perguntou maravilhada.

- Sim.

- Eu também queria fazer mágica...

- Isso não é mágica, é canalização do poder divino. – explicou.

- Mesma coisa...

Com Reala já se sentindo melhor pela cura integral do braço esquerdo, a Clériga Tassadara explicou o procedimento sobre o que tinha a flecha atravessada:

- Eu não tenho força para quebrar só a ponta da flecha, então vou precisar enfiá-la mais, para expor o meio, e então quebrá-la. Depois vou puxar de volta para tirar, tudo isso vai doer pra caramba – afirmou com total honestidade, olhando-o nos olhos – então segura em alguma coisa.

Barrim se apressou a se ajoelhar ao lado do amigo e lhe estender a mão.

- Pode apertar com força.

O aluno de magia não conhecia técnicas de tratamento, seu estudo era muito focado nas artes mágicas, então deixou tudo a cargo da amiga. Era a hora de provar que ele realmente a achava preparada e competente. Segurou firme a mão de Barrim com a mão do braço esquerdo já tratado.

- Isso vai ser legal... – murmurou Yamara para si, deixando transparecer o prazer.

- Ahhhh! – gritou Reala quando Tassadara empurrou a flecha mais alguns centímetros pelo seu braço. Focou muito no trabalho para manter-se inabalada pela dor do amigo; é diferente quando é uma pessoa querida que está sofrendo. Com firmeza, quebrou a flecha no meio, ele gritou de novo. Respirou fundo e fez o movimento inverso, puxando-a pela base, até sair. Reala quis gritar novamente, mas emitiu só um grunhido sofrido, estava sem energia.

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