Capítulo 25 - O Início do Fim

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No capítulo anterior: O grupo é apresentado a Fios de Ouro, a namorada de Barrim nas Vilas Kíriti, que recebe todos muito bem, especialmente Tassadara, de quem é fã silenciosa há muito tempo. Ela está grávida e seu marido quer que Barrim seja o padrinho! Enquanto Barrim tem uma conversa honesta com sua amor, e mata a saudade, os demais conseguem finalmente descansar da jornada exaustiva na floresta. Que bom, porque vão precisar de toda energia agora.

Tassadara abriu os olhos, estranhando a quantidade de luz no quarto. Não havia nenhuma vela ou lamparina acesa, mas estava mais iluminado do que quando se deitou. Pela janela, uma meia lua brilhante e baixa a saudava, despertando-a sem cerimônia. A janela estava bem fechada, mas a cortina, meio aberta.

"Meu deus, será que alguém viu?" Depois do banho e da refeição quente, foi natural que ela e Reala mergulhassem mais uma vez na prazerosa mistura de sensações e emoções que seus corpos unidos proporcionavam. Relaxados, dormiram abraçados. Lembrava-se de tê-lo soltado durante a noite, mas agora estava de volta ao seu peito. Gostou de não saber como voltara àquela posição, romantizou que havia uma força que os unia, mesmo quando queriam estar separados. Riu de sua bobeira.

Reala se mexeu, mas não abriu os olhos. Tassa pensou em fechar bem a cortina, para a luz não o atrapalhar, mas parou ao ver o seu rosto iluminado. Sentiu uma onda de afeto. Nunca tinha pensado que poderia ser bom ver alguém dormir. Ainda mais assim, tão próximo, tão... unidos! Estendeu uma mão para acariciá-lo. O toque era gostoso, ele não tinha nenhuma barba, ao contrário de...

Droga, não queria pensar nele. Recolheu a mão e se aconchegou mais ao corpo do amado. A lembrança de estar sobre o peito de Barrim lhe invadiu a mente. Agora, quanto mais queria não lembrar, mais lembrava. Lembrou de quando esteve assim, tão perto dele; tocaram-se com tanta intensidade, e ela não percebeu nada de errado. Será que aquele corpo da sua lembrança também era uma ilusão? Com quem afinal de contas se deitou, com o Barrim humano ou com o meio elfo?

- ...Tassa? – Reala grunhiu sonolento. A movimentação, aliada à luz, o acordaram.

- Oi! – respondeu prontamente – Tá acordado? – perguntou esperançosa.

- ...agora tô.

- Desculpa.

- Foi você que acendeu a lua? – brincou.

- Ah – sorriu também, então colocou as mãos no rosto – Reala, eu acho que alguém viu a gente. Como que a gente esqueceu de fechar a cortina?

Ele abriu melhor os olhos.

- Por Jade... ainda bem que você que tava por cima.

Levou um tapa no peito. Olhou-a um tanto incrédulo. Lembrou de todas as vezes em que a vira dar um tapa ou soco em Barrim depois de alguma insinuação. Gostou muito de finalmente ter chegado sua vez de apanhar. Levantou a cabeça e a beijou demoradamente.

De volta ao travesseiro, admirou seu rosto lindo, que lhe retribuía o olhar. Sentiu-se verdadeiramente feliz, era aquilo que queria há anos. Imaginou se haveria alguma magia que parasse o tempo, para eles ficarem assim para sempre.

Mas tinha uma preocupação. Sabia que, para Tassa estar feliz, precisaria resolver a questão que mais a incomodava.

Respirou fundo... e tocou no assunto.

- Como você está?

A formalidade da frase a fez entender ao quê ele se referia. Desviou o olhar. Não sabia se queria falar disso agora.

- Eu tô bem. Aqui, com você...

- Eu quis perguntar-

- Eu sei. – interrompeu-o – Eu sei. É que...

Magia, Amores e GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora