capítulo oito

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Ajeitei meu capuz enquanto passava para o caderno todas as informações sobre o trabalho de biologia que teria que entregar no final do mês

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Ajeitei meu capuz enquanto passava para o caderno todas as informações sobre o trabalho de biologia que teria que entregar no final do mês. Haviam alguns tópicos de assuntos que iriam ser sorteados e eu torcia para pegar algum que fosse fácil e descomplicado o suficiente para não me exigir muito esforço, mal havia entrado na escola e já haviam outros trocentos trabalhos para fazer das mais variadas matérias.

— Podem formar seus grupos. De maneira silenciosa, de preferência. — O professor anunciou, se sentando em sua cadeira após terminar de escrever as instruções no quadro negro.

Torci o nariz e suspirei observando os alunos formarem seus grupos com seus amigos animadamente. Não conhecia ninguém então não me surpreendi ao notar que eu havia sobrado.

Continuei em silêncio, com o queixo apoiado em minha mão enquanto esperava o professor dar suas instruções. Desviei meu olhar para a carteira onde Minho sentava, formando um grupo com mais três garotos – sendo um dele Jisung, o garoto que estava na enfermaria junto com Minho quando desmaiei.

Minho era do terceiro ano, mas tínhamos algumas aulas extras em comum, como as práticas no laboratório de ciências, as de sociologia ou as aulas de educação física que normalmente juntavam os dois terceiros anos e a minha classe do segundo ano.

Comecei a divagar sobre a estranha gentileza de Minho para comigo, ponderando se o garoto era realmente confiável. Eu sabia que era paranoico, então tentava não pensar demais sobre o assunto, mas mesmo falhando na minha tentativa de não pensar demais, algo no meu interior apontava que Minho era naturalmente gentil e que eu não precisava ser tão defensivo com o garoto.

Seus sorrisos eram verdadeiros e quentes demais para uma pessoa má intencionada e, com essa percepção, me permiti confiar minimamente no garoto. Além do mais, nossas mães eram amigas e seria chato da minha parte ficar ignorando o meu vizinho.

— Alguém ficou sem grupo? — O professor questionou e eu levantei minha mão a contragosto, não gostando de ser o centro das atenções.

Por sorte — ou não — eu não era o único, um garoto sentado na primeira mesa da segunda fileira de carteiras também levantou a mão.

— Vocês podem fazer uma dupla e ficam com o assunto... — O professor pausou, olhando no seu caderno para checar qual assunto havia sobrado. — Drogas psicoativas.

Concordei silenciosamente e o garoto fez o mesmo, juntando os seus materiais em sua mochila e caminhando até mim. As carteiras eram postas em duplas e, naturalmente, havia uma vazia ao meu lado onde o garoto se sentou.

Já me sentia nervoso com a aproximação do estranho e de canto de olho percebi que ele também não estava muito diferente, mordendo seus lábios em nervosismo enquanto tinha o olhar caído em sua mesa. Aguardei inquietamente ele falar algo sobre como faríamos o trabalho, porém o garoto tinha tanto – ou menos – atitude social que eu.

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