capítulo vinte e seis

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[prepara que lá vem textão]

Quando o sol levantou e uma bela manhã se exibiu no céu, eu já estava colocando minhas bagagens no porta-malas do carro de Alina

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Quando o sol levantou e uma bela manhã se exibiu no céu, eu já estava colocando minhas bagagens no porta-malas do carro de Alina.

Um gosto amargo se formava no interior da minha boca enquanto eu me recusava a trocar o mínimo diálogo com minha mãe. Eu queria correr dali, comprar uma passagem para o México e viver uma vida simples longe de tudo e todos que um dia eu considerei.

Quando o relógio alcançou às sete horas da manhã eu entrei no carro, bati a porta e encarei a janela sem expressão alguma. Meu coração acelerou quando vi a porta da casa de Minho se abrir e o garoto aparecer sonolento.

Doeu encarar ele.

Me sentia apunhalado.

Esperaria aquilo de qualquer um, mas do Minho? Não, jamais.

Vi pelo canto do olho seus passos cessarem quando eu virei o rosto, eu não iria falar com ele... Nem agora, nem nunca.

Encostei a cabeça no vidro e fechei os olhos quando ouvi a porta do motorista se abrir e minha mãe entrar, ligando o carro e me guiando para uma prisão de gente louca. Ela estaria se livrando temporariamente do seu peso morto.

Quanto mais a distância do condomínio aumentava, mais eu sentia meu peito se contrair. Doía.

Eu não dormiria mais ao lado de Minho, não passaríamos a noite jogando aquele estúpido jogo em que o Lee era viciado e também não maratonaríamos mais os meus animes favoritos.

E a culpa era inteiramente dele.

Três horas foi o tempo exato em que durou aquela viagem até o meu inferno. O ódio se acumulava ainda mais dentro de mim conforme a paisagem mudava de uma urbanização para uma grande vegetação, o chão batido quase me fez pensar que minha mãe estava planejando me assassinar.

A vontade de chorar foi imensa quando meus olhos encontraram o grande edifício clássico, o que devia ser uma clínica de reabilitação parecia mais um manicômio e eu já não duvidava mais de que de fato fosse. Quando o carro parou, uma mulher e um homem nos esperavam com sorrisos calorosos.

Vestiam uma roupa inteiramente branca e um jaleco com seus nomes bordados. Aquilo passava ainda mais a ideia de que aquilo era um manicômio e eles eram psiquiatras sádicos que iriam me torturar até eu enlouquecer mais ainda, e então continuarem sugando o dinheiro que minha mãe pagaria para me manter internado ali.

Era estúpido o quão simpáticos eles eram, fazendo uma integração comigo e minha mãe enquanto mostravam todas alas daquele maldito lugar.

Parecia uma prisão.

Tinham aulas particulares para os adolescentes internados - aulas essas que eu teria que frequentar -, refeitório que era usado apenas nas refeições do almoço e jantar, uma área de recreação com equipamentos de ginástica, vídeo games com jogos offline e entre outras coisas que eles julgavam ser divertido. Por fim havia uma biblioteca e um vasto pátio para que nós pudéssemos passar o tempo livre e interagir com outros pacientes.

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