[𝐂𝐎𝐌𝐏𝐋𝐄𝐓𝐀] [+18] Quando Hyunjin encontrou o corpo de seu pai enforcado na garagem da casa em que moravam, viu toda felicidade esgueirar-se de si assim como a areia fina caía entre os dedos das mãos. A culpa que estraçalhava seu peito e o bul...
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Meu coração batia devagar, tão lentamente que parecia que a qualquer momento ele iria parar de vez. Minha cabeça pendia para baixo enquanto eu ouvia aquela casa sempre tão silenciosa ser ecoar gritos decepcionados.
- Você não tinha o direito de mentir para mim! Não tinha! - Alina esbravejou, apontando seu dedo na cara do filho que tinha os olhos arregalados e uma expressão assustada estampada no rosto.
Hyunjin tinha a aparência de uma criança quando é pega no flagra fazendo algo que não devia. Enquanto Alina, sempre tão serena, parecia completamente fora de si sem saber como lidar com a situação.
- Desculpe. - ele murmurou com as bochechas infladas de vergonha, olhando para as próprias mãos. - Mas eu deixei claro que não queria frequentar uma psicóloga e você não respeitou isso.
Ergui o olhar para ele, levemente chateado com a sua fala e Alina riu com escárnio.
- Isso não está aberto a um diálogo, Hwang Hyunjin! Eu fui neutra durante muito tempo com essa situação, coloquei todas as minhas esperanças de que você iria melhorar mas isso não aconteceu... Você está doente e precisa de ajuda profissional, quer você queira ou não! - a Hwang falou com firmeza, não desviando seus olhos do de Hyunjin por um segundo sequer.
- Eu não estou doente! - ele gritou de repente, se sentindo nitidamente ofendido.
- Sim, você está! - Alina rebateu em um tom mais ameno, como se sentisse dor por toda aquela situação.
Vi o olhar do Hwang ser direcionado para mim e aquilo cortou meu coração. A expressão soturna, os olhos vermelhos e cobertos de lágrimas quase me fizeram levantar do canto do sofá e ir o abraçar.
Mas não o fiz.
Eu estava decepcionado, muito decepcionado.
Não iria abandoná-lo, pular do barco na primeira tempestade, mas também não iria passar a mão sobre a sua cabeça e falar que ele tinha razão.
Hyunjin estava completamente fora de si e ali percebi que a minha ajuda já não era o suficiente.
Ele precisava de um tratamento adequado, com profissionais capacitados e não de apenas palavras de consolo e pequenos incentivos a enfiar o mínimo de comida possível na sua boca apenas para que ele não passasse mal.
A situação que ele se encontrava era deprimente e eu não queria ter que passar pela experiência de perder alguém, principalmente se esse alguém fosse Hyunjin.
Era terrível o ver morrendo aos poucos, bem diante dos meus olhos.
- Min... - ele resmungou, como se pedisse ajuda para sair daquela situação com sua mãe, porém eu apenas neguei. Não podia fazer nada, e tampouco queria.
