[𝐂𝐎𝐌𝐏𝐋𝐄𝐓𝐀] [+18] Quando Hyunjin encontrou o corpo de seu pai enforcado na garagem da casa em que moravam, viu toda felicidade esgueirar-se de si assim como a areia fina caía entre os dedos das mãos. A culpa que estraçalhava seu peito e o bul...
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Sentei na cama enquanto olhava fixamente para parede, tentando raciocinar o mais rápido possível aquelas informações. Não fazia nenhum sentido - na minha cabeça - ser Minho, digo sempre foi ele? Esse tempo todo?
- Você sabe de tudo o que? - questionei em um sussurro, sentindo meu coração palpitar em puro pavor.
Era assustador para minha pessoa saber que existia a possibilidade de alguém ter consciência dos meus problemas de autoestima, simplesmente me apavorava. Eu tinha um trauma com isso, afinal na antiga escola todos sabiam e não poupavam piadas e chacotas comigo sobre o assunto.
- Eu não gosto de me intrometer na vida dos outros, muito menos quero que você pense que eu estava bisbilhotando sua vida. - Minho falou, sentando-se ao meu lado enquanto mexia nervosamente nos seus próprios dedos. - Eu descobri sem intenção alguma, ok? Apenas liguei um ponto ao outro...
O garoto explicava cautelosamente sobre ter me visto pela janela do quarto tendo uma das minhas crises enquanto ele jogava em seu computador.
Oh, aquilo era vergonhoso, muito vergonhoso.
Eu não estava bravo com ele por isso, mas ainda sim me sentia a beira de um ataque de pânico.
Tentei controlar a minha respiração, pensando em todas as possibilidades que poderiam ocorrer agora. Talvez Minho contasse para alguém e esse alguém contasse para outro alguém, e então, sucessivamente. Aconteceria de novo, eu teria que trocar de escola mais uma vez.
Me assustei quando senti Minho me abraçar, mal me dei conta que eu já chorava desesperadamente enquanto tentava puxar o ar escasso em meus pulmões.
- Ei, calma. Por favor, Hyun... - Ele pediu, levando uma de suas mãos em minha nuca, acariciando o local enquanto fazia com que meu rosto se afundasse em seu ombro.
Por que ele estava sendo tão legal comigo?
- Você contou para alguém? - Não disfarcei meu desespero, encarando Minho com ansiedade.
- O que? Claro que não! - Ele respondeu, segurando meus ombros. - Se acalme, não precisa se desesperar. Você não acha que eu vou espalhar isso, não é?
O encarei.
- Não vai?
- Não! Qual é a parte do "quero te ajudar" que você não entendeu? - Minho questionou, num tom levemente ofendido.
Pisquei rapidamente, atônito. Por que que Minho era assim? Por que parecia que ele se importava?
Qual é?! Ninguém nunca foi legal comigo, ninguém nunca me mostrou ser alguém de confiança. Por um momento cheguei a pensar que o problema era eu, que eu não era alguém que valia a pena.
Não fazia sentido nenhum, Minho era um cara popular, cheio de amigos, com uma família feliz e ainda por cima era a estrela do time de futebol da escola. Qual era o problema dele em querer se aproximar de mim?
