Mais uma semana se passou e Agnes estava longe de se sentir entediada como outrora.
Visitava a casa de Helena quase todos os dias, à convite dela. Passavam o tempo juntas conversando, relembrando boas memórias do passado e criando novas.
Numa noite, Alexandre anunciou que as tropas de elite se retirariam do castelo em breve, de forma discreta.
No dia seguinte, Agnes não poderia ir até a casa de Helena no horário de sempre. Alexandre preparava-se para ir embora, então a segurança do rei ficou nas mãos de sua companheira.
Ela observava o homem ao longe, pela varanda, estava, como sempre, acompanhado por Hawise.
Foi ate a perte interior do castelo para pegar seu cantil de água e deu de cara com Hallomere.
— Onde está Alexandre?
— Em seus aposentos. — desde que se tornara uma adulta, deixara de formalidades para com aquele homem que não a respeitava.
— Me leve até ele.
— Se subir às escadas e for até a ala leste, encontrará oito portas, no lado esquerdo, segunda porta. É o quarto dele.
O homem bufou e a encarou por um tempo, até que ouviu um tilindar atrás de si e voltou seu olhar para o exterior. Assim que pôde ter um vislumbre do rei e de Hawise, sentiu-se ser empurrada para trás com força.
Usou as pernas para evitar que caísse da borda da varanda. Hallomere forçava o peso de seu corpo contra o dela, mas ela, ao mesmo tempo que gritava por seus companheiros, desferia o máximo de golpes que podia no homem, atingindo seu rosto, pescoço e costelas.
— Você já me encheu a paciência por tempo demais, garota! Isto será como acabar com dois coelhos com uma só cajadada.
Hallomere acabou ferindo bastante a mulher, usando todo o impulso dos punhos para segurar-lhe o pescoço fino e socar seu rosto. A pele da face começava a se arroxear, então Agnes usou suas forças para bater sua testa contra a do homem, enquanto empurrava sua mão contra a glote dele.
Ouviu pessoas acudindo o rei e pôde respirar com calma, enquanto o homem fazia o mesmo. Encarou a mulher com furia e correu até ela novamente, com uma adaga em mãos.
Com um movimento arriscado, que machucou notoriamente o corpo dela, Agnes utilizou as pernas, enquanto apoiava as costas no mármore do apoio da varanda, empurrando Hallomere para além do cercado, caindo por três metros, junto com ela.
O homem caiu em cima da mesa, onde Hawise havia tentado assassinar o rei, há pouco, quebrando-a, junto com os pires que compunham o jogo de chá.
Já Agnes caiu numa área gramada, porém plana. Sentia as pernas e as costas arderem com o impacto, além de um líquido quente escorrendo por suas costelas, mas só se deixou levar pela inconsciência quando percebeu que o rei era amparado e que Alexandre, junto com seus homens, se encarregavam de Hawise e Hallomere, que tinha uma de suas pernas quebradas num ângulo anormal.
Ainda pode ouvir seu nome antes de desmaiar.
Helena respirava fundo, enquanto caminhava ao lado de Randall para dentro do palácio. Foram requisitados com urgência.
Lá dentro, houve um incomum interrogatório, feito por Alexandre.
Hawise e Hallomere eram acusados de traição e os guardas procuravam cúmplices.
Após horas de conversas e perguntas, pôde chegar à conclusão de que Randall e sua esposa eram inocentes.
— Senhor. — um guarda se apresentou à Randall — O Conde deseja vê-lo.
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Prometa-me / [versão não revisada]
RomanceHá muitos anos, uma adolescente cometera o erro de selar um acordo curioso com uma criança. Acordo este, onde não via importância ou malícia alguma. Oras! Não é verdade que temos que dizer sim aos pequenos, para não chateá-los? O que a jovem não sa...