Capítulo 33

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Agnes fez questão de viajar com uma carruagem desta vez, além de proteger as patas de seu cavalo com o necessário para que não se machucasse com o frio.

Helena estava devidamente agasalhada e pronta para recusar o chamado de Milena.

Quando chegaram ao castelo, Helena respirou fundo e após passar em sua antiga casa para cumprimentar suas velhas amigas, voltou para o prédio principal daquelas terras.

Ao chegar pela entrada oeste, pôde ouvir parte da conversa entre Agnes e Milena.

— Então, resolveu fazer o que é certo?

— Ela aceitou vir comigo. — o tom de Agnes era sempre sóbrio e inflexível quando trabalhava. Helena percebia que sua voz era calorosa quando conversava consigo.

— Foi uma grata surpresa, vindo de um tipo como você. Helena estará em boas mãos, acredite. — a entonação maliciosa na voz de Milena era algo novo, que incomodou Helena — Em breve verá que esta será a melhor coisa que terá feito.

— Tenho certeza de que sim.

— Boa tarde. — após respirar fundo, Helena se aproximou.

— Olá! — rapidamente a voz de Milena tornara-se carinhosa e animada — Estava agradecendo Agnes pelos serviços prestados até aqui.

— É mesmo? — Helena sorriu e olhou para Agnes, levantando uma sobrancelha.

— Então, aproveitando que estou aqui, e você também, podemos tomar chá com meu pai e em seguida, partir! — Milena bateu palminhas.

— Oh! Na verdade eu não acompanharei você, mas muito obrigada pela oferta.

— O que quer dizer?

— Quero dizer que aprecio sua preferência pelo meu trabalho — aqui encarou o fundo dos olhos de Milena —, mas terei de dizer "não, obrigada".

— Helena, querida, devo lembrá-la de que é uma oportunidade de ouro de realizar seu maior sonho! — tentou se aproximar para segurar a mão de Helena mas Agnes se moveu, ficando ao lado da mulher, encarando seriamente a princesa — Entendo. O que foi que essa... criada lhe insinuou? — encarou ambas com desdém.

— Com todo respeito, majestade. — Helena fez um gesto com as mãos, em ironia — Esta mulher só abriu meus olhos para algo que deveria ter percebido há muito. O modo como trata as pessoas que lhe servem e sendo subitamente gentil comigo. Sequer já prestou atenção em meu trabalho.

— Helena, não existe nada mais fútil que isto tudo. — Milena apontou para as três — No começo, fiquei compadecida por uma recém chegada à nobreza manter um hobby tão simples e com tanto esmero, mas quando vi a situação onde se encontrava quando seu marido à deixou... Não vê que estar ao meu lado seria a melhor coisa que poderia lhe acontecer depois de tanta desgraça?!

— Eu nunca estaria ao lado de uma pessoa como você. Que você se afogue em seu dinheiro e arrogância. Que Deus se compadeça pelas pessoas que têm o desprazer de conviver contigo.

Milena tinha o rosto palito tingido de rosa e, mais uma vez tentou se aproximar de Helena, mas desta vez, Agnes colocou seu corpo entre ambas.

— Se ficar em meu caminho por mais um segundo, faço todos estes soldados acabarem com a sua vida na frente da pobre coitada atrás de você.

— Eu acharia interessante vê-la tentar. — os punhos de Agnes se fecharam e sua paciência chegava ao seu limite — Todos os homens aqui obedecem e se reportam à mim, vamos vê-los entrar em colapso com suas acusações falsas contra a capitã deles?

— Vai me agredir? Não pode me tocar, criada.

— Mas nada me impede! — Helena tirou suas luvas e deu uma sequência de tapas em Milena, que gritou, estridente, pedindo ajuda.

Prometa-me / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora