Agnes fez questão de viajar com uma carruagem desta vez, além de proteger as patas de seu cavalo com o necessário para que não se machucasse com o frio.
Helena estava devidamente agasalhada e pronta para recusar o chamado de Milena.
Quando chegaram ao castelo, Helena respirou fundo e após passar em sua antiga casa para cumprimentar suas velhas amigas, voltou para o prédio principal daquelas terras.
Ao chegar pela entrada oeste, pôde ouvir parte da conversa entre Agnes e Milena.
— Então, resolveu fazer o que é certo?
— Ela aceitou vir comigo. — o tom de Agnes era sempre sóbrio e inflexível quando trabalhava. Helena percebia que sua voz era calorosa quando conversava consigo.
— Foi uma grata surpresa, vindo de um tipo como você. Helena estará em boas mãos, acredite. — a entonação maliciosa na voz de Milena era algo novo, que incomodou Helena — Em breve verá que esta será a melhor coisa que terá feito.
— Tenho certeza de que sim.
— Boa tarde. — após respirar fundo, Helena se aproximou.
— Olá! — rapidamente a voz de Milena tornara-se carinhosa e animada — Estava agradecendo Agnes pelos serviços prestados até aqui.
— É mesmo? — Helena sorriu e olhou para Agnes, levantando uma sobrancelha.
— Então, aproveitando que estou aqui, e você também, podemos tomar chá com meu pai e em seguida, partir! — Milena bateu palminhas.
— Oh! Na verdade eu não acompanharei você, mas muito obrigada pela oferta.
— O que quer dizer?
— Quero dizer que aprecio sua preferência pelo meu trabalho — aqui encarou o fundo dos olhos de Milena —, mas terei de dizer "não, obrigada".
— Helena, querida, devo lembrá-la de que é uma oportunidade de ouro de realizar seu maior sonho! — tentou se aproximar para segurar a mão de Helena mas Agnes se moveu, ficando ao lado da mulher, encarando seriamente a princesa — Entendo. O que foi que essa... criada lhe insinuou? — encarou ambas com desdém.
— Com todo respeito, majestade. — Helena fez um gesto com as mãos, em ironia — Esta mulher só abriu meus olhos para algo que deveria ter percebido há muito. O modo como trata as pessoas que lhe servem e sendo subitamente gentil comigo. Sequer já prestou atenção em meu trabalho.
— Helena, não existe nada mais fútil que isto tudo. — Milena apontou para as três — No começo, fiquei compadecida por uma recém chegada à nobreza manter um hobby tão simples e com tanto esmero, mas quando vi a situação onde se encontrava quando seu marido à deixou... Não vê que estar ao meu lado seria a melhor coisa que poderia lhe acontecer depois de tanta desgraça?!
— Eu nunca estaria ao lado de uma pessoa como você. Que você se afogue em seu dinheiro e arrogância. Que Deus se compadeça pelas pessoas que têm o desprazer de conviver contigo.
Milena tinha o rosto palito tingido de rosa e, mais uma vez tentou se aproximar de Helena, mas desta vez, Agnes colocou seu corpo entre ambas.
— Se ficar em meu caminho por mais um segundo, faço todos estes soldados acabarem com a sua vida na frente da pobre coitada atrás de você.
— Eu acharia interessante vê-la tentar. — os punhos de Agnes se fecharam e sua paciência chegava ao seu limite — Todos os homens aqui obedecem e se reportam à mim, vamos vê-los entrar em colapso com suas acusações falsas contra a capitã deles?
— Vai me agredir? Não pode me tocar, criada.
— Mas nada me impede! — Helena tirou suas luvas e deu uma sequência de tapas em Milena, que gritou, estridente, pedindo ajuda.
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Prometa-me / [versão não revisada]
RomanceHá muitos anos, uma adolescente cometera o erro de selar um acordo curioso com uma criança. Acordo este, onde não via importância ou malícia alguma. Oras! Não é verdade que temos que dizer sim aos pequenos, para não chateá-los? O que a jovem não sa...