Oito anos se passaram.
Neste meio tempo, Agnes demonstrou ser um verdadeiro diamante bruto.
Se formou na academia, junto com seu irmão. Foi a primeira vez em muito tempo que viu seus pais e deixou que suas emoções transbordassem pelos olhos.
Naquele dia, se despediu temporariamente de Alexandre e Pietro, para ir para casa.
Millo não mudara nada, dormiu a viagem toda no ombro do pai, depois de chorar como uma criança, literalmente, com saudade da mamãe.
Agnes foi na parte da frente, guiando os cavalos com calma, enquanto sua mãe se sentava ao lado dela. Sob a luz da lua, enquanto já podiam ver o seu povoado ao longe, Agnes contou à sua mãe sobre sua orientação sexual.
A mulher não escondeu a surpresa, mas nem de longe foi uma reação negativa. Segurou a mão da filha e a disse que amava.
Dentro da carruagem, Lutero tinha um sorriso aliviado no rosto, mesmo que ninguém pudesse ver. Nada mudara em seu coração, mas não saberia o que fazer, caso sua esposa não apoiasse sua filha.
Os gêmeos passaram cerca de vinte e dois dias na companhia de seus pais, que estavam nas nuvens com seus filhos de volta. Millo preenchia o ambiente, sempre lembrando de algo que não contara aos pais sobre seu tempo na academia. Fofocava o jantar todo sobre seus colegas.
Agnes estava mais madura, era visível. Ainda era um tanto
silenciosa, mas participava mais das conversas. Alba sabia que era influência do tal escrivão Pietro.Pois bem, chegou o dia em que Alexandre viria para buscar os gêmeos novamente. Seriam designados par começarem o trabalho. Millo e Agnes ficariam longe novamente.
O rapaz foi encarregado da guarda oficial da princesa Jule, filha mais velha do rei, que residia em outro palácio atualmente. Já a mulher, trabalharia com Alexandre para a guarda real principal, fora recomendada por ele ao rei.
E assim foi feito. Agora, Agnes era oficialmente um soldado real, há sete anos.
Neste ponto, já era considerada imediata de Alexandre.
Neste momento, estavam acomodados no palácio, longe de suas casas, por motivos graves.
Houve um atentado contra a vida do rei, há alguns dias. A segurança do perímetro real havia sido reforçada e soldados estavam por todo o lugar.
Por semanas, ficaram à postos para qualquer sinal de ataque, mas nada aconteceu. Nenhum estrangeiro sequer se aproximou das terras reais.
Alexandre estava exausto. O rei não parecia preocupado com um possível complô contra ele. Passava horas para lá e para cá, com o capitão em seu encalço.
A princesa Milena se preparava para deixar o reino, se estabeleceria nas terras de seu esposo, e o rei estava em êxtase, queria um baile!
O capitão só queria que o homem sossegasse!
— Hawise! — o rei exclamou, ao ver o conde descendo da carruagem — Que bom que veio, meu amigo!
— Resolvi passar para ver como estão as coisas por aqui.
— Por que não tomamos um chá? Venha. — se dirigiram ao jardim externo, onde o rei mandou que arrumassem uma mesa.
Estas visitas eram muito comuns, então Alexandre era liberado, assim que Hawise chegava. Suspirou e procurou algum lugar para se sentar. Acabou em seu quarto mesmo.
Fechou os olhos por um instante, mas sentiu um toque no ombro.
— O Conde está aqui? O conde Hawise.
— Agnes... Me assustou! — sorriu para a mulher, observando a porta aberta atrás de si— Eles estão tomando chá.
— Obrigada. — e tão rápido quanto chegou, Agnes saiu, deixando Alexandre confuso. Não ligou muito e voltaria a cochilar, mas então, depois de alguns segundos, seus olhos se arregalaram e ele se levantou.
Tentou achar Agnes, mas ela já não estava mais dentro do castelo. Fora a pé mesmo, em direção à propriedade do Conde.
Demorou cerca de quinze minutos para avistar a mansão principal. Não foi difícil entrar ali, conseguiu acesso pelos portões da frente mesmo.
Há dias, Agnes reparava na rotina do Conde no castelo. Assim que chegava, demorava arrastadas horas conversando com o rei, até que voltasse para sua casa. Viu ali uma chance.
Ao longo do tempo, soube que Randall e Helena ainda residiam ali, ela tinha uma oportunidade de ver quem tanto queria.
Parou em frente à grande fonte que compunha o jardim da frente da casa. O que falaria?
Não pôde pensar muito, pois Malli abriu a porta, assustando-se.
Assim como todo mundo, à primeira vista, achou que fosse um rapaz.
— Olá, eu posso... — Agnes subiu alguns degraus, então a moça percebeu que se tratava de uma mulher — Oh! Eu posso ajudá-la?
— Bom dia. Eu sou Agnes, da guarda real. Gostaria de falar com a senhora desta casa, por favor.
Malli não a deixaria entrar, se não visse o broche dourado em sua camisa branca. Então, mesmo sem pedir mais informações, decidiu levá-la até a residência do casal.
Acontece que a presença de Agnes era... sufocante. Era alta e encarava à tudo com tanta intensidade, Malli não gostaria de ficar sozinha com ela por mais tempo.
Caminharam pelo jardim até o outro lado do terreno, passando por uma estufa inteiramente florida e um lago de água cristalina.
Ao entrar na segunda residência do perímetro, a primeira coisa que viu fez seu coração bater descompassado.
— Senhora, com licença. A senhora tem visita. — a mulher virou a cabeça na direção da voz de Malli.
— Agnes?!
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N/A: VEIO AÍ! To usando dados móveis, saiu uma hora atrasado, mas veio aí! Agora sim!
Espero que vocês estejam gostando, bom domingo e até segunda 🖤🥺
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Prometa-me / [versão não revisada]
RomanceHá muitos anos, uma adolescente cometera o erro de selar um acordo curioso com uma criança. Acordo este, onde não via importância ou malícia alguma. Oras! Não é verdade que temos que dizer sim aos pequenos, para não chateá-los? O que a jovem não sa...