Capítulo 11

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— Olhe para mim, tenho cara de aia?! — Pietro indignava-se para Alexandre, que lhe pedira para que cuidasse de Agnes por dois dias.

— Eu não posso deixá-la à própria sorte, sabe disto! Vocês se dão bem, e ela não dá trabalho algum, só preciso que se certifique de que ela está cumprindo as tarefas, comendo e dormindo corretamente. Nada demais!

— Alexandre... — o ruivo resmungou.

— Por Deus, homem! É uma criança de doze anos, não uma besta marinha!

— É como ter uma filha, vou fazer tudo errado!

— Dois dias, Pietro, por favor. — olhou com a maior cara de coitado que pôde para de amigo.

— Com licença. — a voz da garota irrompeu o ambiente. Ambos a olharam — A aula acabou.

— Bem vejo. Logo o jantar estará pronto, sim? — Alexandre a avisa, sorrindo.

— Sim. Olá, senhor Pietro.

— Oi, miúda. — sorriu para ela.

Então, depois que a garota deixou suas coisas em seu quarto, banhou-se e trocou suas roupas, estava de volta à companhia dos homens.

— Como foi com Hallomere? — Alexandre questionou, quando os três se sentaram à mesa para comer.

— O mesmo de sempre, senhor. — as feições infantis carregavam certo rancor nas sobrancelhas franzidas.

— Parecem crianças. — suspirou.

— O filho é. — Pietro complementou.

— Bem, sempre há tempo para melhorar, não é? — o homem citou.

— Você sempre lembra das coisas que o Capitão Dalibour falava, aleatoriamente? O homem já faleceu há uns cinco anos e Hallomere ainda não melhorou em nada.

— Tem razão. — Alexandre riu — Será que Dalibour gostaria de Agnes?

— Aposto que sim, ela é... — olhou para a coisa devoradora de comida à sua frente, completamente alheia aos dois, com as bochechas levemente sujas de molho — encantadora.

— Que bom que acha isto! — abriu um sorriso enorme — Agnes, ei... — esperou que a garota o encarasse — Eu sairei numa missão, por dois dias. — os olhos da garota focaram nele, preocupados — Pietro ficará ao seu dispor, até o meu retorno, está bem?

— Que missão é essa? — ela pergunto e Pietro também prestava atenção, não sabia do que se tratava e estava curioso.

— É um casamento. Fui requisitado à fazer a guarda dos noivos, após a cerimônia.

— Deve ser de extrema importância! — Pietro estava surpreso — Não acham que o regente da academia tem mais o quê fazer? Foi-se o tempo em que você era escolta.

— É o Conde Hawise. O jovem Randall se casará.

— Randall? — Pietro acabava de comer. — Mas, ele não rejeitou as noivas, há alguns anos?

— Não obtive muitos detalhes, mas, alguém apareceu.

— Esquisito... — bebeu água, intrigado. Odiava saber as coisas pela metade. — Bem, já que me encarregou desta missão — apontou para Agnes, que os encarava com atenção —, tenho que saber o que fazer.

— Como é?

— Não sei cuidar de criança, meu amigo.

— Agnes se vira bem, no geral. Desde que chegou aqui, já sabia se banhar sozinha, se vestir, nunca precisou de ajuda para se alimentar, afinal, ela tem doze anos, e não cinco, como pensa!

Prometa-me / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora