Capítulo 34

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Se Milena fez algum tipo de escândalo sobre o ocorrido com Agnes e Helena, elas não saberiam por hora.

Desrespeitando talvez centenas de normas, Helena passou a noite no quarto de Agnes no castelo, sem que ninguém notasse.

Noites, aliás. Falemos no plural.

Agnes se sentia nas nuvens. Quando se trabalho terminava, sabia Helena se esgueiraria para seu quarto.

Seria um eufemismo dizer que estavam se acostumando com os beijos, já que passavam horas trocando amassos. Não, cada um era diferente e as deixava em estado de combustão.

Se separavam pela manhã. Agnes saía primeiro, vigiava o corredor e batia três vezes no aparador, para que Helena soubesse que estava tudo bem. E então, ela também deixava o quarto, indo até sua antiga casa.

Malli era sua amiga, além de muito discreta, então, era a única que sabia onde Helena passava a noite.

Durante o dia, ajudava as mulheres da casa na cozinha, relia livros da grande biblioteca e auxiliava Malli com algumas roupas. A mulher mais nova costurava para um orfanato.

Enquanto faziam as vezes, Helena e Malli fofocam e perdiam horas conversando e tomando chá.

Esta foi sua rotina por uma semana, até que Milena voltou para atormentá-la.

Agnes subia às escadas, exausta, querendo correr para os braços de Helena e descansar, ouvindo sua voz dizendo qualquer coisa que ela quisesse lhe contar. Foi chamada por uma mulher.

O rei queria vê-la.

Quando chegou até o gabinete real, percebeu que teria dores de cabeça, ao ver Milena sentada ao lado do pai, enquanto Milena estava em pé, à frente deles, ao outro lado da mesa.

— Feche a porta, por favor.

Assim o fez e foi até eles.

— Sentem-se.

Quando todas estavam acomodadas, o homem suspirou.

— Minha filha veio até mim com coisas interessantes à dizer. — Milena respirou fundo — Imagino que saibam à que me refiro.

— Na verdade, não. — Agnes cruzou os membros inferiores, apoiando a panturrilha no joelho da outra perna.

— Ah, por Deus... — Milena revirou os olhos.

— Ela às acusou de agredí-la. É o que queria complementar, filha?

— Além de terem me acredito fisicamente, desrespeitaram minha autoridade e... — bebeu um gole d'água — estavam claramente dando demonstrações de lesbianismo!

— Lesbianismo... — Helena conteu um riso com uma de suas mãos.

— Milena! — o rei a repreendeu.

— Não estou mentindo, elas estão juntas! Não pode permitir que uma... coisa como esta trabalhe para o senhor! — e apontou para Agnes.

— Perdoem-me a interrupção. Mas devo acrescentar à fala de vossa majestade o fato de que a princesa têm agido de forma maliciosa para com a senhorita Milena. Não saberia dizer se se encaixa em "Lesbianismo" — fez aspas com as mãos enluvadas —, mas, com certeza em assédio — Milena arregalou os olhos, o rosto tomando cores avermelhadas —, impertinência e coerção.

— Do que está falando, sua louca?! Eu sou uma mulher muito bem casada — mostra o dedo com o anel de diamante —, e com minhas faculdades mentais em perfeitas ordens!

— Não consegue enxergar que a única louca aqui é você? — Helena se pronuncia — Tentando me levar embora, inventando desculpas e pretextos. Fazendo minha cabeça há anos! Você — apontou com o dedo para ela — é doente.

Prometa-me / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora