- Capítulo 22 - Meias verdades -

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 — Partimos em uma hora! — Anunciou Henrique aos amigos que se encontravam no hall de entrada da torre do mago — Hoje vamos procurar mais ao leste de onde ficava o forte.

— Vou sobrevoar aquele monte de rochas que eu disse ter avistado do alto ontem — Reportou Irina.

— Vamos esperar Itan, chegaremos mais rápido por um portal, agora que não existe mais uma proteção contra portais no meio do deserto — Ísis ajeitava suas botas amarrando-as firmemente.

— Acho que já dou conta de ir sem problema — Pedro ajeitava seu braço engessado preso com um apoio junto ao corpo.

— Melhor você ficar junto com Itan — Sugeriu Henrique.

Pedro deu de ombros em concordância — Mas onde está nosso mago?

— Ele está conversando com Baltazar, acho que é uma conversa séria — Respondeu Irina olhando para as escadas que levava ao alto da torre do mago.

— Procurar Gabriel também é um assunto prioritário —Rebateu Henrique impaciente.

— E se ele não estiver mais lá? — Ísis encostou-se na parede cruzando os braços. Todos pararam por um momento, cada um olhando para um lado em silêncio.

— Ele tem que estar, ele não pode ter morrido — Henrique quebrou o silêncio.

— Ele praticamente explodiu a cabeça de um titã, eu não quero ser o pessimista, mas... — Pedro interrompeu seu raciocínio ao ver o olhar de repreensão vindo de Ísis e Henrique.

— Então não seja — Henrique invocou sua foice, transformou-a em uma espada e em seguida a fez virar um pingente de sua pulseira.

— O que queria falar comigo, Itan? — Perguntou Baltazar fechando a porta da sala à suas costas adentrando-a.

Itan possuía uma expressão séria, estava sentado ao lado de uma mesa de poções com um grimório de encantamento aberto sobre ela.

— Poderia sentar? — Sugeriu Itan apontando para uma cadeira encostada em um armário ao lado da porta.

— se está se sentindo culpado pelo que houve com o draconiano, saiba que ninguém enxerga deste modo — Começou Baltazar dizendo.

— Não é isso — Disse o aprendiz respirando fundo — Quando eu e Gabriel fomos ao mundo dos sonhos eu conheci Krawler, ele meio que quis fazer alguns jogos psicológicos comigo, aparentemente ele não é tão bom com isso.

— Acho que ele se saiu bem, você usou a magia suja dos humanos — o velho mago apontou para as cicatrizes na mão de Itan — Alquimia suja.

— O ponto não é esse — Respondeu Itan escondendo suas mãos — Krawler me disse que Merlin não era quem você diz que ele é — O aprendiz respirou fundo — Ele disse que Merlin teve culpa na morte dos meus pais e que você sabia de toda a verdade.

— Por que você escutaria as palavras de um feiticeiro das trevas a ponto de se abalar desse jeito?— Retrucou Baltazar.

— Por isso eu vim te perguntar pessoalmente — Corrigiu-se Itan antes de Baltazar começar um sermão — Com tudo que aconteceu eu não tive tempo de tocar neste assunto mas acabei me recordando e não tenho motivos para não perguntar — Itan levantou o olhar encarando seu mestre nos olhos — Me diga olhando nos meus olhos que isso é mentira.

Baltazar o encarou em silêncio por algum tempo, o coração de Itan se apertou em dor ao olhar seu mestre sem dizer uma palavra a ele.

— É mais complicado do que parece, Itan — tentou explicar Baltazar.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora