- Capítulo 4 - deus da calamidade -

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  Houve um tempo em que o mundo que conhecemos era banhado de misticismo da crença dos homens no poder maior dividido em luz e trevas, dessas crenças originaram-se os deuses, humanos que despertaram a vontade superior tornando-se assim as divindades daqueles que os adoravam.

O querer supremo é algo inalcançável pelo homem desde os primórdios, e os que misteriosamente alcançavam o inalcançável a esses era dado o status de deus, esse feito aconteceu em todos os povos que habitavam a terra, em várias eras, dos nórdicos aos egípcios, aos gregos, aos fenícios, aos persas e aqueles que vieram antes de todos os povos.

Dentre as divindades haviam seus valores e suas importâncias e com isso a soberba que os fizeram guerrear por anos em busca de poder e reconhecimento, entretanto suas imortalidades eram providas da adoração daqueles que neles eram crentes, e sem essa adoração se tornavam apenas mortais com a vontade superior manifestada e apenas um deus detém poder para matar outro.

Quando as adorações cessaram após de séculos de guerras os deuses se enfraqueceram caindo no esquecimento e um tratado de paz foi estabelecido para que vivessem ocultos entre os humanos que outrora os adoravam, e por mais que não envelhecessem a falta de adoração os tornava vulneráveis com o passar das décadas, entretanto uma nova classe de deuses surgiu com o tempo conhecida como deuses da calamidade, esses eram aclamados em campos de batalha por seus companheiros como seres tão sanguinários que conseguiam dizimar exércitos sozinhos lutando por dias incansavelmente, e, depois de anos sofrendo diretamente a influência dos deuses seculares, os humanos adquiriram gosto por guerras, morte e destruição, fortalecendo assim a adoração dos deuses da calamidade.

Esses deuses criados pela sede de sangue e mortes eram instáveis e guerreavam entre si quando dois ou mais se encontravam guerras grandiosas aconteciam até restar apenas um deus da calamidade de pé no campo de batalha.

Com o passar dos anos a magia que era sufocante na terra foi esvaída e com ela boa parte do sobrenatural e misticismo se foi, convertendo as histórias em lendas e mitos para os que vieram posteriormente, os antigos deuses vivem entre os humanos disfarçados e os influenciando tão minimamente que nunca são notados, quanto aos deuses da calamidade acredita-se que foram extintos batalhando entre si até não restar nenhum, alguns que ainda se recordam das histórias sobre eles dizem que influenciam as guerras até os dia de hoje de modos diferentes.

...

A primeira machadada na árvore a fez estremecer por inteiro.

Um Homem robusto, mal encarado, ruivo de cabelos e barba longa entrelaçada encarou rapidamente o tronco que agora faltava um pedaço, apertou seu machado nas mãos e desferiu outro golpe violento contra o tronco da árvore, sua força era fora do normal, conseguiria derrubar a árvore no próximo golpe, e disso ele não tinha dúvida.

Vestia sobre os ombros a pele de um urso, sobre seus pés sandálias de couro e uma calça de pele de cervo. Seu machado possuía um cabo longo e um corte preciso, havia sido dado a ele por seu pai quando ainda era um guerreiro de Asgard.

Com um último golpe ele tombou a última árvore daquela tarde, já era de número cinquenta, ou seria sessenta? Ele havia perdido a conta, mas aquilo não o aborrecia.

Ele finalizou o tronco da árvore em partes iguais, lançou sobre uma carroça onde uma pilha de toras já estava formada, levantou a carroça com as próprias mãos e a puxou de volta para sua cabana.

O homem morava em uma montanha alta cercada por uma floresta densa e gélida, sua cabana ficava no alto da montanha e todos os dias ele descia à floresta para caçar e cortar árvores, parecia uma vida monótona mas não para aquele homem descendente dos primeiros nórdicos.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora