Por sete longos dias Gabriel e seus amigos acordavam antes do sol nascer para treinar e paravam quando o sol sobre a ilha já estava desaparecendo no horizonte, Gabriel sentia seu corpo pedir rendição com tantas as vezes em que chocou-se contra as árvores, por todo seu corpo se encontrava hematomas roxos e arranhões de suas colisões.
Embora houvesse repreendido Macária para que ela bebesse menos rum, sempre que a deusa ficava bêbada começava a querer ficar perto dele e às vezes dormia falando coisas confusas que pareciam entristecê-la.
Gabriel nunca perguntou sobre o que se tratava, mas passou a ficar em sua mente o que deixaria uma deusa daquele jeito enquanto olhava ela deitada no sofá da sala com a cabeça sobre seu colo enquanto resmungava dormindo.
— Me perdoe — Sussurrava Macária de olhos fechados com as mãos juntas ao rosto.
— Sua deusa é bem fraca para álcool — Observou Henrique sentado no chão da sala com um copo de rum nas mãos.
Sua fisionomia era cansada e seus olhos pareciam que se fechariam a qualquer momento para que ele pudesse dormir.
— Você não está muito melhor que ela — Respondeu Pedro deitado sobre as pernas de Ísis do outro lado da sala com os olhos fechados e os músculos do braço se retraindo em espasmos musculares.
— Nem você — Sorriu Ísis com alguns arranhões no rosto e um curativo na testa.
— Falou a menina que quer atravessar uma árvore com um escudo — Retrucou Pedro.
— Ela conseguiu atravessar uma — Defendeu Gabriel enquanto ajeitava os cabelos de Macária que caíam sobre seu rosto.
— E como vai nos desvios? — Perguntou Henrique virando o copo de rum na garganta trazendo a garrafa para junto de si enchendo o copo novamente.
— Consigo desviar de dez ou quinze mais ou menos, mas cansa e sempre acabo batendo nos troncos das piores formas possíveis — Ele olhou para um hematoma em seu braço — Acho que se não fosse a proteção que Baltazar lançou sobre nós eu já teria quebrado um pescoço ou uma perna fácil.
— Um brinde ao mago do reino — Henrique levantou o copo virando-o de vez novamente.
— Nesse ritmo a gente ganha um alcoólatra no time — Ísis balançava a cabeça negativamente.
— O aprendiz do mago da cachaça, o ajudante cachacinha — Pedro gesticulou com as mãos em direção a Henrique fazendo Gabriel e Ísis darem risadas.
Gabriel ajeitou a cabeça de Macária sobre o sofá levantando-se cuidadosamente para não acordá-la — Eu vou tomar banho primeiro — Anunciou ele — Quem ficar depois de Henrique vai ter que abrir a porta e tirar ele de lá nú e dormindo alcoolizado.
Gabriel se encaminhou para cozinha que possuía uma porta nos fundos que levava para a parte de trás da casa onde havia um pequeno cômodo separado razoavelmente grande com um chuveiro que captava água do rio ao lado e uma banheira grande de madeira acoplada ao chão.
O draconiano ligou o choveiro e encheu a banheira com um balde que estava ao lado dela, entrou e tentou relaxar fechando os olhos por alguns segundos.
— Gabriel? — Chamou Itan o fazendo abrir os olhos rapidamente.
— Como? — Perguntou ele encarando o aprendiz de mago parado na porta com os braços cruzados e uma expressão séria.
— Pedi a Éfira para que me conectasse ao seu sonho — Explicou ele.
— Por ironia quem está dormindo na banheira sou eu — Lamentou-se Gabriel respirando fundo olhando para cima e fechando os olhos — Aconteceu algo?
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O Último Draconiano - Livro um
FantasyA saga do Reino dos Guerreiros - Livro Um - os mundos colapsam, deuses da calamidade ressurgem para destruir o mundo de Zigward enquanto uma organização a serviço de um mal ancestral tão antigo que os homens não se recordam o nome começa a se mover...