Todo o corpo de Gabriel doía quando ele recobrou a consciência, levou alguns segundos até ele se dar conta que não fazia ideia de onde estava.
Leitos se estendiam à sua frente de uma extremidade da sala a outra, bacias de ferro, mesas com instrumentos diversos e lençóis brancos se encontravam ao lado da cama onde estava. O ambiente era iluminado por chamas de lamparinas que dançavam no mesmo ritmo sendo empurradas pela brisa que adentrava pela janela sem se apagar.
Ao lado do leito onde ele estava deitado havia mais camas, cada uma ocupada por um de seus amigos que dormiam profundamente, do lado direito de seu leito uma enorme janela trazia um brilho meio avermelhado do nascer do dia. Essa era a primeira vez, de muitas que se sucederam que ele entraria desacordado naquela ala hospitalar.
Gabriel se colocou de pé vagarosamente e caminhou até a janela.
De onde ele estava via um extenso vilarejo abaixo onde se ouvia barulhos de carroças sendo puxadas e fumaças saindo de algumas casas, mais acima uma enorme campo de treino onde vários pontinhos, que Gabriel deduziu serem pessoas, corriam de uma lado a outro.
— Onde estou ? — Questionou coçando a cabeça.
— Acho que fomos raptados — Rosnou Henrique olhando para o teto ainda deitado e assustando Gabriel.
— Não consigo me lembrar de ontem muito bem — Pedro se colocou sentado na cama ao lado de Henrique — Devemos acordá-la? — Ele apontava para Ísis.
— Não se dê ao trabalho — Ela respondeu de olhos fechados.
— Então, onde é aqui? — Os olhos de Gabriel procuravam no horizonte azul algo que, milagrosamente, desse a ele uma pista de onde poderia estar..
A porta que ficava ao lado esquerdo da sala rangeu atraindo os olhares dos quatro para ela, de lá surgiram dois homens grandes com armaduras de cor dourada, cada um possuía uma espada na cintura do lado direito e a seguravam firmemente com a mão direita pressionando o cabo contra a bainha..
O primeiro homem era aquele que na noite anterior havia salvo suas vidas de mulheres com asas de morcego, era moreno e alto com cabelos castanhos que iam até seu pescoço, possuía um leve sorriso e uma expressão despreocupada.
O segundo homem era um pouco mais baixo que o primeiro, e sobre suas costas caíam uma longa capa branca que ficava a mais de dois dedos para tocar no chão, seus cabelos eram longos e loiros, sua expressão severa e no peito de sua armadura havia talhado o número um em algarismo romano.
— Que bom que já estão todos de pé — O guerreiro de cabelos castanhos sorriu encarando-os — Obrigado por ajudar a trazer seus amigos para cá ontem, Ísis.
— Eu que agradeço por ter nos ajudado, Erik — Ela se levantou da cama e todos os outros repetiram automaticamente o gesto.
— Nos acompanhe, há alguém que deseja falar com vocês — O cavaleiro loiro disse rispidamente virando as costas e saindo com Erik fazendo assim todos os acompanharem.
Desceram duas escadarias longas de pedras antes de chegar no hall principal. As paredes eram de pedras, iluminadas por tochas e lamparinas, os corredores largos com grossas portas de madeira e aço, muitos guardas vestiam armaduras de metal de ferro padrão cujo no peito havia um emblema de um dragão enroscado em uma espada, Gabriel só notara que eram pessoas e não estátuas nas armaduras quando viu um olhar firme de relance através do elmo de um dos guardas, todos ficavam tão imóveis que dava facilmente para confundi-los.
O hall de entrada possuía duas enormes portas de madeira e ferro vigiada por dois guardas, cujos os quais ao avistarem os cavaleiros, rapidamente as empurraram os fazendo sair em um enorme pátio circular.
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O Último Draconiano - Livro um
ФэнтезиA saga do Reino dos Guerreiros - Livro Um - os mundos colapsam, deuses da calamidade ressurgem para destruir o mundo de Zigward enquanto uma organização a serviço de um mal ancestral tão antigo que os homens não se recordam o nome começa a se mover...