O Último Draconiano - Livro um

- Capítulo 20 - Yrven, o titã -

  As portas do forte foram baixadas, largas barras de ferro fechavam a entrada separando a horda de ogros das montanhas dos guardas, as paredes do lado de fora eram feitas de pedra e aço e aguentariam a horda que corria sobre as dunas em direção a eles, no alto dos muros começaram a surgir canhões separados a cada cinquenta metros um do outro.

— Quando quiser, Erik — Anunciou Demoníaco no topo do forte junto a Killer Red e Elder.

— Atrasem eles o máximo que der, mas nosso alvo principal são os deuses — Ordenou Erik a seus cavaleiros que saltaram do alto do forte em direção à horda de ogros.

Elder saltou respirando o ar seco do deserto enquanto sua transformação acontecia lentamente, ele deu um rasante sobre o forte e bateu asas sobre a horda disparando de sua boca de wyvern um raio de cor dourada acertando alguns de seus inimigos.

Os ogros menos resistentes eram queimados ou mortos pela descarga do seu ataque, já os mais velhos e resistentes ogros das montanhas apenas eram arremessados para trás com algumas feridas onde os raios os atingiam, a pele resistente daqueles monstros tinha uma capacidade extraordinária de absorver quase todo tipo de dano, mas não eram invencíveis, vários ataques consecutivos no mesmo alvo acertando o mesmo local acaba rompendo essa resistência e matando-os.

Killer Red saltou na frente do Demoníaco, que abriu um portal em sua rota de queda o fazendo atravessar e surgir acima da horda, sua armadura produziu compartimentos deixando amostra o cabo de suas adagas que perfuravam levemente seu corpo as deixando envenenadas com seu próprio sangue amaldiçoado, a armadura se camuflava de acordo com os elementos a seu redor conforme ele caía sobre a cabeça de sua primeira vítima, perfurando-o com a adaga o fazendo embolar sobre suas próprias pernas e cair no meio da horda.

— Inimigos escondidos entre nós! — Berrou um ogro para os seus companheiros que começaram a olhar de um lado para outro frenéticamente parando assim metade da hora dividindo-a em duas partes com a frente seguindo ainda para o forte.

Killer Red sacou duas facas de seus antebraços arremessando nos olhos do ogro que alertou seus companheiros o fazendo cair gritando de dor enquanto morria envenenado, o cavaleiro era ágil e logo desatou a correr na direção de outro ogro desnorteado à sua frente no qual ele lançou três adagas em seus joelhos o fazendo ajoelhar-se, Killer Red pisou sobre as pernas e cabeça do ogro pegando impulso para saltar no ar girando, ele cruzou os braços sacando rapidamente o máximo de adagas de seus antebraços e ombros arremessando-as em espiral para todos os lados conforme ia girando até tocar o chão.

Uma nuvem de adagas voaram em todas as direções atingindo os ogros em diversos pontos, cabeças, peito, braços e pernas.

Aos montes o veneno fazia efeito e diversos ogros caíam com os olhos revirados e bocas espumando conforme o veneno rapidamente paralisava o bombeamento de sangue em seus corpos e apodrecia os órgãos internos deles.

— Infantaria de armadura, em frente! — Bradou um ogro vermelho se aproximando dentre os mortos, ele usava pedaços de metal retorcido modelado sobre seu torso, pernas e cabeça, logo atrás dele um pequeno grupo vestido como ele se aproximava indo em direção a Killer Red.

Astos, o Demoníaco saltou para baixo do forte abrindo outro portal que o levou para o lado de fora do portão onde ele repetiu uma ordem de sinais, das bocas dos canhões começou a sair fogo e gritos de agonia deixando os guardas assustados.

— Ignorem os gritos — Advertiu Astos — Apenas disparem a cada trinta segundos, cada canhão com dois homens, um para contar e outro para disparar. Se disparar antes do tempo, o canhão reinicia a contagem dos segundos, alguma dúvida? — Ele olhava para trás encarando os guardas que balançavam a cabeça negativamente — Ótimo — Ele seguiu em direção à horda que corria frenéticamente para os portões, encolhendo os dois dedos do meio e o polegar deixando apenas o indicador e o mindinho esticados, Demoníaco invocou dois longos chicotes de brasas cada um em uma das mãos amarrados ao símbolo que ele fazia.