- Capítulo 8 - Onde fica o seu limite -

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  Gabriel sentiu uma dor aguda percorrer sua espinha, tentou se colocar de pé sentindo todo seu corpo doer mas suas pernas não o obedeceram o causando ainda mais dor, sua espada havia sido arremessada na queda para longe e o peitoral de sua armadura havia sido danificado, por um instante pensou que poderia estar morto se não fosse o feitiço de resistência duroun armate.

Sua visão começou entrar em foco e ele observou o ceifador pairando no ar ao lado do ogro, ele piscou os olhos repetidas vezes para ter certeza de que não estava alucinando, e, para seu azar, o ceifador realmente estava lá e o impediu de matar o monstro.

Seus amigos estavam atônitos, imóveis sem esboçar nenhuma reação, até mesmo Itan que já havia visto diversos tipos de criaturas mágicas e diabólicas parecia estar tão surpreso quanto os demais.

Gabriel logo entendeu que se aquilo surpreendeu até mesmo o aprendiz do mago Baltazar, logo não era algo comum, muito menos fácil de se lidar.

O ceifador pôs a mão na manga de suas vestes pretas e rasgadas e de lá retirou parte superior de uma lápide quebrada ao meio, abriu sua boca esquelética proferindo algo em uma língua que Gabriel não conseguiu compreender e em seguida soltou o pedaço de lápide no lodo do pântano.

— Terra amaldiçoada de cemitério! — Sua voz esganiçada proferiu lentamente criando ao redor da lápide partida um nevoeiro de cor roxa que se espalhou rapidamente pelo pântano.

Todos no raio de alcance do nevoeiro roxo caíram de joelhos tossindo sangue e com seus olhos lacrimejando, Gabriel sentia seu corpo ficar mais pesado e seus pulmões pareciam querer parar ao inalar o nevoeiro.

O ogro apanhou o facão do chão virando-se na direção de Pedro que havia arremessado nele um pedaço de tronco de árvore, aparentemente o nevoeiro não surtia efeito na criatura, entretanto Pedro estava arqueado de quatro no chão se esforçando para respirar como os demais.

O ogro ergueu seu machete mirando no pescoço de Pedro, levou sua arma ao alto e a desceu com toda sua força e um instante antes da lâmina separar a cabeça de Pedro do seu corpo, surge dentre as árvores Soláris com sua armadura de cor vermelha e dourado, sua espada de lâmina flamejante se chocou contra o machete do ogro quebrando-o ao meio com a colisão.

Soláris trajava seu elmo fechado, sendo aquela uma armadura mágica o nevoeiro parecia não surtir efeito sobre ele. A espada que Soláris empunhava era uma gládio, que geralmente era curta demais para um combate convencional, entretanto quando ele a incendiava com fogo mágico a lâmina triplicava de tamanho tornando-se uma espada de lâmina flamejante sólida, seu povo era conhecido como o povo do sol, pois desde gerações antigas desbravaram magias que retiravam a energia do sol, Soláris era um herdeiro desse conhecimento a serviço do rei e o líder dos cavaleiros em treinamento, sendo um dos mais experientes em combate e possível sucessor de Erik para ser cavaleiro da guarda real.

Gabriel sentiu um alívio ao vê-lo, embora ele não pudesse ver a expressão de Soláris, imaginou que ele deveria estar desapontado ao ver os novos recrutas imobilizados na primeira missão.

— Não está meio longe do seus serviços, recolhedor de almas? — Soláris observava o grupo pelo canto dos olhos enquanto falava em direção ao ceifador, tentando conferir se estavam todos vivos.

— Discípulo do sol, por que nos atrapalha? — Sibilou o ceifador.

— Não fuja da minha pergunta, se não me der uma resposta satisfatória eu tenho autorização para usar minha espada contra você! — As chamas da lâmina se intensificaram momentaneamente em resposta às palavras do seu portador.

— Esse... Meu...! — Grunhiu o ogro para o ceifador surpreendendo a todos ao conseguir falar duas palavras e correr para cima de Soláris em seguida.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora