O Último Draconiano - Livro um

- Capítulo 24 - Treinamento -

  Aqinn levantou antes do galo cantar, vestiu seu sobretudo bege, ajeitou seus anéis nos dedos andou para o lado de fora da casa admirando brevemente a brisa da manhã e então estendeu a mão para o alto e estalou os dedos materializando todos os quatro e a deusa do lado de fora da casa fazendo os caírem por todo o gramado.

— Que merda foi essa? — Reclamou Henrique de cueca tremendo de frio.

Gabriel vestia calças e se espantou ao ver Macária agarrada ao seu peito enquanto dormia com ambos caídos na entrada da casa do mago — Mas o que? — Ele acordou a deusa que olhou ao redor confusa.

— Que frio — Ela passou a mão sobre seu corpo sentindo a falta de seu lençol — Por que eu estou de sutiã do lado de fora?

— Mago tarado! — Gritava Ísis furiosa vestindo apenas suas peças íntimas escondida atrás de uma árvore — Vou acertar meu escudo na sua testa, seu pervertido cachaceiro.

— Onde está minha cueca? — Perguntou Pedro se escondendo atrás das pedras — O tempo está frio.

— Bem vindo ao seu primeiro dia de treinamento, mocinhas — Ria o mago enquanto bebia seu primeiro gole de rum do dia, ele estalou os dedos e peças de roupas caíram sobre as cabeças dos guerreiros e da deusa.

— Achei seu conjunto de peça íntima roxo muito bonito, senhora Macária — Elogiou Henrique olhando para a bunda da deusa.

— Tire os olhos antes que eu te jogue no rio com um raio — Respondeu ela se escondendo atrás de Gabriel para se vestir — Por que teve que me conjurar junto com eles, mago idiota.

— Eu conjurei o draconiano, você veio junto por estar agarrada a ele — Disse Aqinn tomando mais um gole de rum.

— Por que estava agarrada a mim? — Questionou Gabriel vestindo sua camisa.

— Acreditaria se eu dissesse que é carência de bêbada? — Disse ela sorrindo sarcasticamente — Acho que devo ter visto algo que me deixou assim ontem a noite — A deusa virou-se para Ísis e Pedro que trocaram olhares apressando-se para trocar suas roupas.

— Isso não é desculpa para deitar na minha cama à noite — Protestou Gabriel.

— Você reclama por coisas boas, não lembro de ter instruído seu avô a te criar com tanto caráter assim, ele falhou comigo — Protestou Macária

— Vamos começar pelo mais idiota — Anunciou Aqinn andando até Henrique tocando seu ombro e se teleportando com ele até o alto de um descampado acima de sua casa.

— Por que eu sou mais idiota para você? — Questionou Henrique.

— Só o mais idiota perguntaria isso, joguei no ar e esperei sua reação — O mago pegou o cordão dele transformando-o em sua foice — Você o transforma em foice e em espada e isso é bem forte, mas pode fazer mais que isso.

— Como? — Perguntou ele.

O mago apertou a foice na mão e metade do rosto dele tomou forma de uma caveira que possuía um buraco no olho que mostrava um globo ocular vermelho que se movia frenéticamente de um lado para outro, Aqinn ergueu a foice dando um corte para frente no ar e uma onda de impacto seguiu em linha reta rasgando os obstáculos por seu caminho deixando um rastro de destruição moderadamente grande.

Aqinn fechou os olhos se concentrando e seu rosto cadavérico se dissolveu o deixando normal novamente e com Henrique boquiaberto com o que viu.

— Isso é uma invocação de parte do espírito do ceifador a quem a foice pertenceu — Explicou o mago.

— E como eu invoco isso? — Perguntou Henrique maravilhado pegando a foice em sua mão que voltou a ser um pingente.

— Por ser uma arma das trevas eu deduzi que você deve usar sentimentos como raiva, ódio e outros semelhantes para extrair poder da foice, logo trate de focar essas energias na arma para invocá-la e depois com ela em mãos tente absorver sua energia através do seu corpo com esses sentimentos concentrando-se no que acabou de me ver fazendo, mas lembre-se de que quanto mais tempo ficar na forma de ceifador, mais ela consome sua força — O mago deu as costas a ele se afastando — Eu volto mais tarde para ver o progresso — Dizendo isso ele bebeu mais um gole de rum e se teleportou de volta para onde os demais o esperavam.