- Capítulo 14 - Um passo à frente de todos -

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  Ao norte nas águas mais longínquas do mar, oculta de homens e deuses havia a antiga ilha berço da magia onde em tempos esquecidos tinha sido o lar da ordem dos magos fundada por Merlin e seus antecessores vindos de um mundo desconhecido e trazendo consigo o dom de manipular e dobrar as leis da natureza ao seu modo.

Antes da grande guerra ocorrer houve uma divisão na ordem dos magos que acarretou em um conflito de interesses e assim a divisão da ordem dos magos, ficando partilhado em magos e feiticeiros para que cada qual fosse distinguido de acordo com seus ideais e afiliação, esta divisão acarretou na união dos feiticeiros ao lado de ragnarok e um guerra civil se instaurou por toda a ilha onde outrora fora o berço da magia e que agora não passava de um lugar podre com corpos espalhados por toda a parte de magos e feiticeiros.

Ao fim da guerra civil não houve vencedores, mas os magos que sobreviveram lacraram e ocultaram a ilha da presença de qualquer um que a procurasse para assim ocultar os horrores que lá aconteceram, como consequência os humanos intitulados magos que nasceram com a capacidade de dobra a magia a sua vontade foram extintos assim como os que se intitulavam feiticeiros, sendo o último sobrevivente de sangue puro ainda vivo Baltazar, o mago do Reino Central.

Uma alma vagava presa a um corpo apodrecendo perto da costa da ilha dos magos, suas vestes esfarrapadas se desfazem conforme seus pés sujos se arrastam pela areia preta e amaldiçoada da ilha, seu corpo estava coberto de feridas abertas por onde escorriam pus e larvas entravam e saiam de seus orifícios, ele não sentia a ponta do seus dedos e sua respiração era abafada ficando mais curta a cada passo que dava.

Em sua cabeça não havia mais cabelos e sua pele começava a cair deixando-o em carne viva, seus dentes eram podres e de sua boca um cheiro podre exalava como consequência dos cadáveres que foi obrigado a comer na desesperada tentativa de prolongar sua miserável existência.

O homem alcançou uma pedra onde repousou com dificuldades olhando para o mar a sua frente, uma presença forte se aproximava da ilha vinda da direção ao qual sua visão turva encarava tentando avistar quem poderia ser.

— Eu conheço essa presença — Falou abrindo um sorriso medonho — Ele voltou — O homem começou a rir com dificuldade conforme a presença se aproximava da ilha.

Um estrondo percorreu por toda a ilha e uma enorme rachadura surgiu no horizonte de água salgada percorrendo o céu como um raio e em alguns segundos a rachadura desapareceu ocultando a presença da ilha novamente.

Na beira do mar caminhando de dentro da água para a areia em direção ao homem surgiu Ragnarok, seus passos eram calmos e sua expressão de curiosidade olhando o estado em que se encontrava o local que outrora transbordava poder e beleza.

— Eu o esperava, meu bom mestre! — Disse o homem se ajoelhando com dificuldade aos pés de Ragnarok encostando sua testa sobre eles.

— Levante-se, Criologus — Ordenou ele ao feiticeiro jogando ao lado dele um fragmento de echos — Um presente da minha boa vontade para um dos meus últimos feiticeiros vivos.

Criologus olhou admirado para o pedaço de cristal o agarrando em seguida e mastigando-o com seus dentes podres.

— Preciso de um serviço seu — Disse Ragnarok observando o efeito do fragmento de echos sobre o corpo do feiticeiro, as feridas em sua pele cicatrizaram, seus dentes se endireitaram e no topo de sua cabeça surgiram alguns fios de cabelo.

— Obrigado, meu senhor ! — Respondeu ele admirado olhando sua pele se regenerar.

— Preciso que me faça uma chave mágica — Continuou Ragnarok ignorando a admiração de Criologus — Uma que possa abrir uma pequena janela entre essa realidade e o castelo branco.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora