- Capítulo 19 - O início do cerco -

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  Enquanto todos dormiam no acampamento, Gabriel, Ísis, Pedro, Henrique, Irina e Itan levantaram-se sem fazer barulho, colocando alguns remédios e odres com água em bolsas seguindo silenciosamente para fora da tenda tentando evitar as rondas de vigiais descendo montanha abaixo.

— Foi mais fácil do que a primeira vez — Observou Gabriel quando eles tomaram distância do acampamento.

— Não comemore antes de chegarmos ao nosso destino — Repreendeu Itan conjurando um portal azul oscilante — Não vou sustentar ele por muito tempo, se quiserem fazer o favor de atravessá-lo e não ficar admirando-o — Disse o aprendiz de mago ao notar seus amigos parados encarando o portal.

Gabriel esperou seus amigos atravessarem, passou a mão sobre seus curativos que ele mesmo havia feito, respirou fundo e atravessou o portal caindo do outro lado do alto de uma duna de areia capotando dezenas de vezes até bater em uma área plana onde seus amigos também haviam caído.

— Porra, Itan! — Disse Henrique se pondo de pé sacudindo a roupa tentando tirar o excesso de areia dela.

Gabriel olhou para trás ouvindo os gritos do aprendiz de mago que descia rolando assim como eles batendo em uma pequena pedra enterrada sobre a duna parando ao lado de uma Isis irritada o encarando.

— Eu demorei horas lavando meu cabelo para ver ele se encher de areia em segundos. Obrigada, Itan — Resmungou ela balançando seus cachos que despejavam grãos de areia de volta ao deserto.

— Eu disse para não comemorarmos antes de chegar — Rebateu ele se pondo de pé alisando seus curativos das mãos e testa — Daqui pra frente piora.

— De que forma? — Perguntou Pedro vestindo suas manoplas de ferro.

— O deserto possui uma área equivalente ao reino de Aspan, se eu estiver correto o posto avançado fica para o norte, uma vez que nos transportamos ao sul de sua posição — Disse ele apontando a direção ao qual seguir.

— Além do fato de você ter estudado bem a rosa dos ventos, tem mais alguma coisa que precisamos nos preocupar? — Perguntou Henrique verificando sua foice transformando-a em espada e posteriormente a embainhando

— Vermes da morte — Respondeu Itan.

— Vermes do tipo uma lombriga ou vermes tipo uma cobra? — indagou Isis.

— Vermes tipo um dragão gigante sem asas que ao invés de voar cava por dentro da areia — Explicou ele.

— Legal — consente Pedro ironicamente — Algo mais?

— Lagartos das dunas também andam por esses lados, é bom se ater a pedras e cascalhos no chão — Complementou ele.

— Lagartos tipo uma iguana ou lagartos tipo um dragão sem asas? - Perguntou Gabriel curioso.

— Lagartos tipo uma serpe de presas, só que camufladas às pedras do deserto de Kaarf — Explicou o aprendiz de mago.

— Bacana — Gabriel jogou sua bolsa de couro sobre os ombros — Qual a chance de encontrarmos essas criaturas magníficas em nossa caminhada? — Ironizou o draconiano.

— Vermes são territoriais e andam sozinhos, então é bem difícil que vejamos um, quanto aos lagartos, eles dormem durante o dia e amenos que sejam incomodados eles não vão nos atacar.

— Eu estou com receio de perguntar se existe algo mais que devêssemos nos preocuparmos — Isis alargava as alças de seu escudo o colocando nas costas como uma mochila.

— Até tem, mas não vamos ficar a madrugada toda parados aqui listando, correto? — Itan correu seu olhar para Gabriel que assentiu.

— Vamos andando, adoro surpresas — Disse Gabriel por fim tentando soar otimista.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora