- Capítulo 13 - O frágil sistema -

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 Nas fronteiras entre os reinos de Aspan e o Reino central existiam as Terras Altas onde um aposentado nobre cavaleiro do Reino central nascido em Aspan havia sido nomeado como proprietário por ambos os reinos como forma de união e cooperação entre as duas nações.

Por gerações a descendência do cavaleiro cuidou das terras e do povo que lá passou a viver sob sua tutela, cultivando grãos, gado e posteriormente minerando uma montanha que ficava ao sul de suas terras extraindo de lá o raro e fortificado metal das estrelas que era muito utilizado na fabricação de armaduras e armas pelos anões da nação de Brishighet.

A riqueza e prosperidade que abrangiam as terras eram grandes e notáveis o suficiente para conceder a família que lá governava títulos de nobreza os deixando visados por toda Zigward como os justos das Terras Altas, nome que lhes foi concedido quando o bisneto do herói aposentado, Peter Willrock, entrou participando das cúpulas políticas socioeconómicas que fora estabelecida em Zigward, onde mostrou ser um homem correto e justo dando ainda mais visibilidade para sua linhagem e começando assim a carreira de sua família em tal vertente importante para aquele mundo pós guerra contra os deuses da calamidade.

O neto de Peter Willrock, Jordan Willrock, seguiu os passos de seu pai e de seu avô na política, deixando para sua irmã mais velha o papel de governadora das terras que seu ancestral havia herdado, esse era conhecido como Jordan o inflexível, pois alcançou a posição de mediador nas cúpulas e em debates políticos, cargo ao qual só era dado a homens e mulheres cuja a visão era imparcial com todos os reinos, sejam os quatro grandes como também as pequenas nações que aquela altura já começavam a se formar assim como as Terras Altas haviam feito décadas antes pelas mãos do seu descendente que havia servido fielmente o rei daquela geração no Reino Central.

Ao tomar para si o título de moderador das quatro nações e das cúpulas políticas da sua antecessora e mestra, Bella Androssi, a primeira mulher moderadora a ser registrada na curta estrada política que havia se iniciado entre os povos, Jordan também havia herdado deveres como o de construir uma câmara exclusiva para as reuniões das entidades políticas debaterem seus assuntos em um lugar que não estivesse sobre o domínio de nenhuma das nações até ali formadas e influentes, dando início assim a primeira câmara criada nas Terras Altas sobre a supervisão de Bella Androssi e com a aprovação de sua irmã mais velha até então no comando daquela nação que começava a se formar economicamente e agora também, politicamente.

Quando a notícia do retorno dos deuses da calamidade alcançaram todas as nações aos quatro ventos, pilhas de documentos vieram de todos os lados se amontoando sobre a mesa de Jordan, que naquela situação já as ignorava queimando a maior parte por saber do que se tratava.

Todos pediam reuniões para se discutir a atual situação na qual o mundo estava, havia se passado cem anos desde a guerra e o massacre, embora a sociedade caminhasse para a evolução, um acontecimento desta magnitude arrancou as nações de seus sonhos de visão futura perfeito os trazendo para a realidade com uma grande queda, deuses e monstros ainda caminham com os humanos e isso não pode ser ignorado.

Contudo, Jordan Willrock sabia que era diferente do que foi a cem anos atrás, as nações possuíam acordos políticos e econômicos, e embora parecessem distantes estavam mais comunicativos do que jamais foi em toda a história.

Jordan alisou sua barba que já começava a mostrar fios brancos, passou a mão em um charuto, a outra em uma pena com tinta, desembrulhou um pergaminho e desatou a escrever o convite de confirmação da reunião das nações. Sua mente vagueava entre as possibilidades que aquela reunião poderia trazer, e nas frágeis estruturas que acabavam de ser abaladas com um simples homem que continha o poder de controlar guerras.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora