O Último Draconiano - Livro um

- Capítulo 27 - Fuga -

  Himawari deu um salto sobre a cama se colocando sentada, seu coração estava acelerado e suas mãos, testa e pescoço suavam frio, seus olhos tentavam se adaptar desesperadamente ao escuro do ambiente no qual ela se encontrava.

A princesa retirou o lençol que a cobria de cima das suas pernas, respirou fundo e esperou até conseguisse identificar onde estava, à sua frente havia uma fileira de outras camas uma ao lado da outra, com mesas de cabeceiras ao lado direito de cada uma delas, na direção da cama da princesa havia uma janela mostrando o céu coberto por nuvens que desapareciam sempre que as cortinas balançavam com a brisa que adentrava por ela que foi gradativamente refrescando o corpo da princesa e acalmando-a.

— Uma ala hospitalar? — Pensou ela observando um pequeno armário com remédios e ervas ao lado de uma porta de madeira iluminada por tochas cujas as chamas dançavam no ritmo da brisa da noite fazendo pequenos estalos.

Himawari percorreu os olhos para as laterais da cama procurando sua espada e suas roupas ao notar que vestia uma camiseta branca e calças pretas das quais não pertenciam a ela.

Do lado de sua cama se encontrava sua espada ainda em sua bainha encostada na mesa de cabeceira, mas não suas roupas, a princesa então se colocou de pé vagarosamente e caminhou em direção a porta saindo em um longo corredor que a levou para uma escada em espiral que dava na sala do trono onde Kendorf e baltazar conversavam ambos no meio do salão acompanhados de Minos, Angela e Antiaf, a lady.

— Vejo que se levantou cedo — Anunciou Kendorf ao visualizar Himawari descer as escadas observando-os desconfiada.

— Onde estou? — Perguntou ela apertando os dedos ao redor da bainha de sua espada, se aproximando cautelosamente.

Minos e Angela fixaram seus olhos na arma da menina se colocando apostos, mas sendo parados por uma aceno de mão de Kendorf — Está no Reino Central, eu sou Kendorf e creio que havia dito antes de perder a consciência hoje cedo que queria me encontrar.

Himawari arregalou os olhos tirando a mão da bainha de sua espada apressou os passos para se colocar diante do rei ajoelhando-se perante ele — Governante do Reino Central, sou Himawari Nobunaga Fujiwara, princesa de Ny Wong filha do imperador Oda Nobunaga e da imperatriz Yuno Fujiwara. Venho humildemente pedir vossa ajuda para nos amparar com uma tragédia que se abate sobre meu povo.

Kendorf andou até a princesa pegando em sua mão colocando-a de pé — Não quero desrespeitar vossas tradições, princesa, mas em meu reino homens e mulheres sejam eles nobres ou plebeus ao se dirigir uns aos outros, seja para cumprimentar ou pedir favores, encaram-se nos olhos para que se veja a real intenção de seus pedidos — Kendorf sorria levemente para a princesa que se conteve curvando-se em agradecimento ao rei.

— Assassinaram meu pai — Continuou a princesa — Um demônio com asas de prata e chifres sobre sua cabeça nos atacou, em seguida um homem de pele cinza e olhos amarelos cujas as armas emanava as profundezas do inferno por suas lâminas o feriu enquanto eu não pude fazer nada, minha mãe pediu para que eu te encontrasse e encontrasse o draconiano que reside sobre seu reino para que nos ajudassem — Explicou ela olhando nos olhos do rei, que a transmitia paz e segurança.

— Senhor, se me permite — Pediu Baltazar dando um passo para o lado do rei para interagir na conversa.

— Claro — Concordou o rei desviando os olhos brevemente para o mago e os voltando para a princesa logo em seguida.

— Recebemos notícias de que seu tio assumiu o comando da nação e ontem tivemos um ataque de suas tropas em uma de nossas cidades, creio que estivessem atrás de você — Observou Baltazar.

— Meu tio nunca faria as tiranias que seja lá quem for que estiver no comando está fazendo — Himawari firmou sua voz olhando para Baltazar — Aqueles homens do ataque devem ter parte com isso, demi-humanos estão morrendo aos milhares e eles também me perseguem para que eu morra assim como meus pais.