- Capítulo 18 - Quebra de paradigmas -

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 Do outro lado do portal havia um grande acampamento montado e um mar de tendas se estendia ao longo das ruínas da montanha dos oráculos.

Todos no acampamento estavam ao lado de fora de suas tendas trajando armaduras e portando suas espadas e escudos, diversos olhares fixaram em Gabriel conforme Soláris e Arvos o carregavam acampamento a dentro em direção a uma tenda pintada de vermelho e branco, cujo qual Gabriel identificou como sendo a tenda hospitalar.

— Fique aqui, Angela virá checar se está tudo bem com você — Disse Soláris o colocando sobre uma cama sentado.

— Por que estão todos aqui?

— Vocês fizeram besteira — Soláris o olhou com indiferença.

— Não gaste sua saliva com ele, não é problema nosso — Repreendeu Arvos o chamando para se retirarem da tenda hospitalar.

A tenda por dentro era maior do que aparentava vista pelo lado de fora, o topo visto pelo lado interior era mais alto, haviam vinte camas enfileiradas de cada canto com uma pequena mesa de cabeceira ao lado de cada uma.

Itan e Éfira adentraram a tenda logo em seguida sendo carregados pelo rei e por Baltazar, ambos foram alocados nas camas em frente a Gabriel, o jovem aprendiz de mago e a oráculo estavam desacordados, Itan ainda possuía as marcas dos círculos alquímicos que ele mesmo fez nas mãos, testa e pernas.

— Eles estão bem? — Perguntou Gabriel a Baltazar.

— Estão vivos, e tiveram sorte — O mago virou-se para Gabriel — Tem ideia do quão idiota e perigosa foi essa ideia de vocês? — Disse aumentando o tom de voz — Ir atrás de um deus da calamidade e de um feiticeiro das trevas sozinhos apenas para salvar uma garota?

— Oráculo — Respondeu Gabriel deixando o rei e o mago se entreolhando confusos.

— Isso é impossível — Respondeu Baltazar — Não se nascem mais oráculos desde a última guerra.

— Quanto tempo passamos naquele lugar? — Gabriel se encostava na parede para se manter sentado.

— Um mês — Respondeu Kendorf pegando um copo e um jarro de água levando-o até o draconiano.

— Para nós não se passou mais que uma hora — Disse erguendo a mão para pegar o copo com água — Obrigado.

— O tempo corria diferente, interessante — Ponderou o rei.

— Ela disse que está naquele lugar desde que nasceu, ela pode ser mais velha que todos nesse acampamento, com exceção de vocês dois — Explicou Gabriel — E ela chamava aquele feiticeiro com o rosto enfaixado de pai.

— Crowler pai de uma oráculo? — Baltazar correu os olhos para o rei em busca de auxílio — Como pode?

— Eu tenho um palpite — Disse o rei alisando sua barba grisalha — Mas terei que esperar a menina acordar — Ele apontou para Éfira que dormia sossegada pela primeira vez.

— Tem mais uma coisa — Anunciou Gabriel pondo seu copo sobre a mesa de cabeceira — Aquela esfera que Ragnarok possuía foi retirada dela, ela disse que era para acordar alguém com o nome de Yrven. Vocês sabem quem é?

— Isso explica tudo — Baltazar se pôs de pé rapidamente — Meu rei, precisamos enviar uma guarda para Kaarf com nossos melhores homens.

— Quem é Yrven? — Perguntou Gabriel confuso.

— Um deus da calamidade que você não irá querer conhecer — Respondeu Kendorf — Baltazar, reúna um grupo forte e os envie ao nosso forte em Kaarf imediatamente — Ordenou o rei.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora