Gabriel carregou Irina em suas costas até a ala médica do castelo, os Guardas que faziam ronda na entrada não o questionaram sobre quem nem o por que de estar levando uma pessoa nas costas até a ala hospitalar, no caminho até castelo, passaram pelas ruas menos movimentadas e becos desertos para evitar o pânico dos moradores locais.
Ele a colocou em uma das camas da ala e Ísis pegou os remédios e ataduras para enrolar os ferimentos da súcubo enquanto todos os outros saíram deixando apenas as duas a sós para que Irina ficasse mais à vontade.
— Precisamos falar com Kendorf — Lembrou-se Henrique conforme os quatro desciam as escadarias voltando para a sala do trono.
— Gabriel, acho que você explicaria melhor a situação sem causar pânico ou mal entendido — Sugeriu Itan.
— Ele retornou hoje mais cedo, mas ainda não vimos ele. onde poderia estar? — Gabriel vestia novamente sua camisa que havia emprestado a Irina.
Ao chegar na sala do trono, se depararam com Algorit, Uria, Soláris e Arvos conversando enquanto aguardavam o retorno do rei que havia ido prestar suas condolências na colina juntamente com Erik. os quatro diminuíram o ritmo ao ver os sêniores parados no meio do salão.
— Gabriel... — Chamou Soláris acenando para ele.
— Aí está, o esquentadinho! — Disse Arvos o olhando de lado com arrogância.
Arvos era o segundo em comando dos seniores, sua experiência em combate e inteligência eram a frente à sua idade, aqueles que não o conheciam não concordariam que tinha apenas trinta anos e já havia participado de tantas batalhas quanto se podia contar.
Seus cabelos eram negros e seus olhos castanhos, o tom pálido da sua pele o deixava com um ar ameaçador, trajava uma armadura preta e vermelha, sua espada possuía um olho de serpe alada cravado em seu cabo e dentre todos os sêniores, aquele era o único que Gabriel não fazia questão de ter contato ou proximidade, sua presença o deixava desconfortável e Gabriel sempre tinha a sensação de que aquele cavaleiro o olhava com desprezo.
— Também esperam por Kendorf? — Disse Henrique e aproximando cortando o clima pesado que havia começado a se formar no ambiente.
— Sim, temos um plano de patrulha para melhorar as deficiências das nossas defesas nas cidades que pertencem ao Reino — Respondeu Algorit espreguiçando-se.
— Não queremos ser pegos de surpresa novamente — Completou Soláris — Mas e vocês? O que tem a tratar com o rei?
Todos se entreolharam decidindo se deveriam contar ou não sobre o ocorrido.
— É um problema complicado... — Itan tentava encontrar palavras para descrever o que havia acontecido.
— De que nos adianta esconder deles, a situação será de conhecimento de todos, mais cedo ou mais tarde — Manifestou-se Pedro dando de ombros.
— Se for algum problema, podemos ajudar! — Algorit colocou seu cabelo atrás das orelhas jogando suas trancinhas para frente.
— Um ninho de súcubos na floresta negra foi atacado por um deus da calamidade. De acordo com o que nos passaram, mais um deus da calamidade foi morto, só que dessa vez quem o matou foi outro deus da calamidade — Explicou Gabriel.
— Qual era mesmo o nome dele? — Henrique retorcia o rosto tentando recordar-se.
— Typhon, o impiedoso... — Respondeu Itan — Já li um pouco sobre ele. É considerado o rei das gárgulas.
Os seniores pareceram surpresos por um instante, mas se contiveram.
— E qual outro deus Typhon matou? — Perguntou Soláris cautelosamente.
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O Último Draconiano - Livro um
FantasíaA saga do Reino dos Guerreiros - Livro Um - os mundos colapsam, deuses da calamidade ressurgem para destruir o mundo de Zigward enquanto uma organização a serviço de um mal ancestral tão antigo que os homens não se recordam o nome começa a se mover...