- Capítulo 12 - Assim como meu antecessor -

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 Gabriel carregou Irina em suas costas até a ala médica do castelo, os Guardas que faziam ronda na entrada não o questionaram sobre quem nem o por que de estar levando uma pessoa nas costas até a ala hospitalar, no caminho até castelo, passaram pelas ruas menos movimentadas e becos desertos para evitar o pânico dos moradores locais.

Ele a colocou em uma das camas da ala e Ísis pegou os remédios e ataduras para enrolar os ferimentos da súcubo enquanto todos os outros saíram deixando apenas as duas a sós para que Irina ficasse mais à vontade.

— Precisamos falar com Kendorf — Lembrou-se Henrique conforme os quatro desciam as escadarias voltando para a sala do trono.

— Gabriel, acho que você explicaria melhor a situação sem causar pânico ou mal entendido — Sugeriu Itan.

— Ele retornou hoje mais cedo, mas ainda não vimos ele. onde poderia estar? — Gabriel vestia novamente sua camisa que havia emprestado a Irina.

Ao chegar na sala do trono, se depararam com Algorit, Uria, Soláris e Arvos conversando enquanto aguardavam o retorno do rei que havia ido prestar suas condolências na colina juntamente com Erik. os quatro diminuíram o ritmo ao ver os sêniores parados no meio do salão.

— Gabriel... — Chamou Soláris acenando para ele.

— Aí está, o esquentadinho! — Disse Arvos o olhando de lado com arrogância.

Arvos era o segundo em comando dos seniores, sua experiência em combate e inteligência eram a frente à sua idade, aqueles que não o conheciam não concordariam que tinha apenas trinta anos e já havia participado de tantas batalhas quanto se podia contar.

Seus cabelos eram negros e seus olhos castanhos, o tom pálido da sua pele o deixava com um ar ameaçador, trajava uma armadura preta e vermelha, sua espada possuía um olho de serpe alada cravado em seu cabo e dentre todos os sêniores, aquele era o único que Gabriel não fazia questão de ter contato ou proximidade, sua presença o deixava desconfortável e Gabriel sempre tinha a sensação de que aquele cavaleiro o olhava com desprezo.

— Também esperam por Kendorf? — Disse Henrique e aproximando cortando o clima pesado que havia começado a se formar no ambiente.

— Sim, temos um plano de patrulha para melhorar as deficiências das nossas defesas nas cidades que pertencem ao Reino — Respondeu Algorit espreguiçando-se.

— Não queremos ser pegos de surpresa novamente — Completou Soláris — Mas e vocês? O que tem a tratar com o rei?

Todos se entreolharam decidindo se deveriam contar ou não sobre o ocorrido.

— É um problema complicado... — Itan tentava encontrar palavras para descrever o que havia acontecido.

— De que nos adianta esconder deles, a situação será de conhecimento de todos, mais cedo ou mais tarde — Manifestou-se Pedro dando de ombros.

— Se for algum problema, podemos ajudar! — Algorit colocou seu cabelo atrás das orelhas jogando suas trancinhas para frente.

— Um ninho de súcubos na floresta negra foi atacado por um deus da calamidade. De acordo com o que nos passaram, mais um deus da calamidade foi morto, só que dessa vez quem o matou foi outro deus da calamidade — Explicou Gabriel.

— Qual era mesmo o nome dele? — Henrique retorcia o rosto tentando recordar-se.

— Typhon, o impiedoso... — Respondeu Itan — Já li um pouco sobre ele. É considerado o rei das gárgulas.

Os seniores pareceram surpresos por um instante, mas se contiveram.

— E qual outro deus Typhon matou? — Perguntou Soláris cautelosamente.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora