- Capítulo 9 - Ragnarok -

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 Gabriel e André caíram no fundo do buraco que o ogro Alfa haviam feito, eles mal conseguiam enxergar ao redor por estar escuro, o lugar cheirava a latrina e ouvia-se ratos correndo pelos cantos das paredes.

— Você está bem? — Perguntou André se aproximando de Gabriel e estendendo a mão para ele se pôr de pé — Quem diria que debaixo do pátio da catedral haveria um lugar assim.

— Sabe onde estamos? — Perguntou Gabriel desorientado tentando adaptar a visão ao escuro — Estamos bem fundo, não consigo enxergar o buraco por onde caímos.

— Não é o que me preocupa no momento — André estreitava os olhos procurando o ogro.

— Onde está o ogro alfa?

— Sinto ele por perto, mas não o vejo. Ogros são predadores noturnos, sua visão é melhor em lugares assim.

Um grunhido alto ecoou do escuro em direção aos dois e ambos se colocaram um de costa para o outro.

— Não consigo identificar de onde vem — Gabriel olhava frenéticamente para os lados tentando ver algo diferente se mover no escuro.

— Esse lugar se assemelha a um calabouço, não consigo imaginar que tipo de atividade local essa cidade fazia para ter um desses — André e Gabriel andavam em círculos de costas um para o outro para não serem pegos de surpresa.

— Não querendo ser idiota, mas vocês aqui fazem bastante coisa que para mim ainda é incomum, eu deveria ter ficado surpreso por estar em um calabouço?

Os olhos vermelhos do Ogro cintilaram no escuro chamando atenção de ambos, que rolaram cada um para um lado segundo antes do tacape com espinhos de osso bater onde eles estavam.

A marreta de gelo cintilou na mão de André, Gabriel não conseguia ver seu rosto, porém tinha certeza de que o sênior estava sorrindo.

— Gabriel, vamos acabar logo com isso! — O cavaleiro girou sua enorme marreta na direção do ogro, que por sua vez tentou acerta-lo com seu tacape.

O choque das duas armas fez o ogro perder o equilíbrio e abrir sua guarda.

Gabriel enxergou uma oportunidade de atacar — mas onde eu golpearia forte o suficiente para desarmar um inimigo grande e mais resistente do que o que eles encontraram no pântano? — Indagou o draconiano.

Ele recordava-se das palavras de Itan dizendo que os pontos fracos dos ogros não eram por fora, mas sim por dentro, sua pele por cima era dura como nenhuma outra que Gabriel já tinha visto, então lhe ocorreu uma ideia.

Gabriel partiu para cima do ogro mirando o ligamento de sua perna, por trás do seu joelho, sua pele poderia ser dura, mas um ligamento ainda era um ponto frágil, se o golpeasse com força o suficiente ele poderia cair de joelhos e gerar outra abertura para André.

Gabriel passou pela lateral do ogro Alfa, segurou a espada com ambas as mãos, girou o quadril e colocou toda pressão que conseguiu em seu movimento acertando o ligamento por trás do joelho do monstro.

O ogro fraquejou dobrando a perna direita e perdendo seu equilíbrio, deixando sua arma cair no chão com um tremendo baque procurando apoiar a mão em algum lugar para se reerguer.

André levantou sua marreta de gelo mirando a outra perna do ogro e com toda sua força o golpeou na canela e um barulho de osso se partindo foi ouvido seguido do urro de dor do ogro que caiu de joelhos inclinando-se para frente.

Gabriel sem perder tempo correu subindo nas costas do ogro, que tentou agarrá-lo sem sucesso, ele levantou sua espada mirando os olhos do monstro a cravou em seu olho esquerdo, agitando o ogro que o tombou de cima dele deixando apenas sua espada lá. André fez espinhos de gelo aparecerem em sua marreta.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora