- Capítulo 16 - O passado de Ren -

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  — Gabriel, Ele virá até mim, ele quer meu poder, você precisa impedi-lo — Dizia a menina de vestido de seda branco e longos cabelos loiros de costas para o draconiano apoiada na sacada de seu quarto branco — Ele abrirá o portal hoje... Você precisa me encontrar antes que ele me encontre, precisa partir as correntes do castelo antes que ele me encontre.

— Como eu faço isso? — Perguntou Gabriel meio aéreo, sentindo seu corpo leve e sua visão lenta.

— As montanhas que possuem as ruínas dos oráculos, seu amigo mago saberá onde fica... — A voz da menina possuía um peso melancólico — Eu sei que não posso pedir para confiar em mim, mas se não fizer nada eles usarão meu poder para algo terrível, preciso que me ajude, draconiano... — A menina se aproximou dele dando-lhe um beijo na testa o trazendo uma sensação de déjà vu, como se aquilo já houvesse acontecido antes — Não se esqueça desta vez, herói...

Gabriel deu um salto da cama colocando-se sentado abruptamente, seu coração estava acelerado e memórias embaralhadas percorriam por seu cérebro, levou alguns minutos tentando colocá-los em ordem até se lembrar da sua visão e de que já havia tido ela antes daquela noite.

Sentia-se culpado por ter esquecido dela uma vez — Como eu pude esquecê-la quando ela pediu para eu me lembrar? — Pensava ele euforicamente tentando acalmar-se e normalizar as batidas do seu coração.

Levou um tempo até conseguir se acalmar, consultou a hora em seu celular que não possuía sinal de rede naquele mundo, era uma hora da manhã se levado em conta o fuso horário do Brasil de onde seu aparelho estava sincronizado marcando data e hora, cujo qual só o servia para marcar quantos dia ele havia estado naquele mundo.

Gabriel se pôs de pé andando em passos leves até o arsenal procurando sua armadura mas ainda tentando decidir se seria confiável acreditar no que a menina havia dito em sua visão, mesmo que fosse um armadilha cada célula de seu corpo o dizia para ir até essa montanha dos oráculos averiguar, ainda se recordava da última vez que havia ignorado seus instintos, acabou por perder um amigo e quase morrendo, se pudesse salvar uma vida e fazer diferente desta vez, assim ele o faria.

Ele vestiu sua armadura tão bem quanto conseguiu no escuro, precisava chegar à torre dos magos sem ser visto pelos guardas e cavaleiros que faziam rondas pelo castelo.

Gabriel esgueirou-se no escuro sem ser detectado pelos guardas, passou por uma ronda onde ouviu Arvos e Soláris conversando sobre suas missões mais difíceis, ambos não o notaram mas Gabriel notou uma semelhança na armadura de ambos — Seriam primos? do mesmo vilarejo? — Deixou suas perguntas de lado e prosseguiu para o castelo principal esgueirando pela lateral da escadaria principal.

Patrulhando no meio das escadarias haviam Neo e Taurus com mais dois guardas, Taurus os contava como era o treinamento na vila dos minotauros e centauros para um jovem se provar digno de ser um honrado adulto, sobre seus testes de força e de como conheceu o rei Kendorf, os demais ouviam atentos admirados.

Era uma história que Gabriel estava tentado a ouvir até o fim, mas os flash de sua visão estavam queimando em sua mente e ele sabia o que devia fazer, então prosseguiu adentrando na sala do trono por uma janela destrancada tentando não fazer barulho.

— Gabriel? O que faz aqui? — A voz de Uria o chamou às suas costas enquanto ele tentava fechar a janela por onde havia entrado.

Gabriel virou-se num pulo sem reação — Eu... Bem... — Começou gaguejando — Preciso ir ao quarto do Itan...

— A essa hora? — Ela o olhou cética — Pensei que não curtisse essas coisas, digo, que preferisse... Sabe... — Disse ela sem jeito.

— Não é isso, você entendeu errado... — Ele se complicou tentando explicar, parou um instante e a olhou nos olhos, se precisava contar a verdade para alguém, que fosse para Uria.

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora