Gosto de observar as pessoas mas odeio quando elas me observam.
Andar com Drew é como andar com o Neymar. Todo mundo quer conversar, tirar foto e trezentas garotas não param de dar em cima dele, o que é bem chato. Observo tudo encolhida na minha bolha. Nela ninguém entra e dela eu não saio.
É óbvio que Bea estaria aqui. Drew não consegue fugir da garota. Eu posso não ser a mais experiente nessa coisa toda de pegação, mas se um garoto está nitidamente fugindo de você, o certo é se afastar, né!? Mas Bea é a mulher mais insistente que eu ja vi na vida.
Sinto Drew pedir socorro a mim e Gus pelo olhar quando ele vem sentar ao nosso lado. Ele senta no braço do sofá preto de dois lugares. Consigo ouvir a voz de minha tia gritando "não se senta em braço de sofá!". Ela enlouqueceria com Drew.
- Socorro? - Ele diz ofegante com os olhos arregalados.
- Ninguém mandou ser gostoso, amigo. Lide com a fama! - Gus diz com a voz sincera e um sorriso no rosto. Drew revira os olhos.
- A culpa é meio sua. - Digo ainda com os olhos grudados no telefone. Amo joguinhos estúpidos que são fáceis de passar de fase.
- Como? - Ele indaga com um tom de indignação.
- Você se esquiva, foge, mas não diz com todas as palavras "eu não te quero".
- Não quero ser rude.
- Ah qual é! Quantas meninas você não já quebrou o coração?
- A maioria entende que é só uma noite. Quando não entendem eu apenas sumo.
- Meu Deus você é um babaca completo, cara. - Diz Gus ao meu lado. Balanço a cabeça concordando com ele.
- Merda. - Escuto Drew sibilando baixinho ao meu lado, mas não me dou ao trabalho de olhar.
- Emily. - Chama ele.
- Eu?
- Me chame de babaca e brigue comigo depois ok?
- Por quê? - Levanto a cabeça para olhá-lo. - Que merda você... - Ia perguntar que palhaçada ele iria fazer para me deixar irritada, mas a resposta vem quando ele coloca a mão em minha bochecha e me beija. Gus caindo na gargalhada ao meu lado. Afasto Drew com as mãos.
- Emily, por favor! - Ele me aponta Bea com os olhos. Ela não para de olhar para ele, nem por um segundo.
- Não sou brinquedinho seu, Starkey. Se não quer a garota, diga para ela, você já é bem grandinho e eu não sou uma distração. - Digo irritada e corro para o lado de fora da casa, onde ainda sim tem algumas pessoas. Já é tarde, provavelmente quase uma da manhã, e a rua está escura para cacete. Mesmo assim, ando um pouco até uma pracinha ali perto, e me sento em um dos balanços. Sempre amei balanços.
Não sei porque fiquei tão irritada, mas fiquei. Nunca falei daquele jeito, com um tom quase confiante demais. Me senti como meus pais, que estão sempre com a cabeça erguida e andando como se fossem donos do mundo. Sempre os admirei por isso. Sempre quis ser confiante.
Aquilo realmente me irritou, tipo, se ele não quer a mulher, é só dizer a ela, certo? Ele não precisa ficar comigo na frente dela só para que a garota pare de encher o saco dele.
Talvez se ele estivesse tentando se afastar de outra pessoa, eu não teria ficado tão brava de ser "usada". Mas é Bea de quem estamos falando. Se ela viu todo aquele showzinho, que durou aproximadamente vinte segundos, iria inventar um bando de coisas sobre mim e fazer as pessoas passarem de indiferentes comigo para minhas haters número um.
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A biblioteca do amor | Drew Starkey
FanfictionEmily Brown é uma mulher amante de livros, de poucos amigos e que sonha em ser escritora. Emy começa a trabalhar em uma biblioteca para ganhar uma renda extra e sair da casa de seus pais, mas certo dia conhece Drew Starkey, um cara totalmente o seu...