vinte e quatro

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Acordo no hospital. A última coisa que me lembro é de meu pai atrapalhando minha pegação com Drew no meu quarto.

– Olha quem acordou! – Pisco os olhos para enxergar direito o dono da voz que fala comigo. É Shade, o médico que me atende desde a adolescência e o melhor amigo de meu pai Adam.

– Doutor Shade, quanto tempo! – Me sento na cama. Meu corpo já não está tão fraco como antes. Estou tomando soro na veia.

– Digo o mesmo! Me assustei quando sua família chegou com você desacordada aqui no hospital. Isso já não acontecia a um tempo.

– Como eu estou?

– Está melhor agora, foi só uma recaída, mas logo estará novinha em folha.

– A quanto tempo estou dormindo?

– Você dormiu a noite inteira, querida. Já estamos no dia seguinte.

– Meu Deus! Isso realmente não acontece a muito tempo, meus pais... onde eles estão!?

– Seus pais estão lidando com a situação calmos, mas acho que você deveria conversar um pouco com o garoto que chegou com você nos braços. – Drew. Ele está falando de Drew.

– Posso me levantar?

– Nananinanão! Aquieta aí, vou chamar sua família, tudo bem? – Assinto com a cabeça.

Apesar de Gus só ter presenciado isso uma vez, ele sabe do problema que eu tenho com os desmaios. Eram mais frequentes quando eu era mais nova. Mas Drew nunca passou por isso. Ele nunca me viu assim.

Drew entra correndo no meu quarto do hospital e meus pais, minha tia e Gus estão atrás dele. Presumo que mandaram o resto do pessoal de ontem embora.

– Bom dia linda, como você está? – Drew tenta soar calmo, mas sua respiração ofegante e as olheiras entregam que está preocupado. Me mexo um pouco para lhe dar um selinho. Ele relaxa ao meu toque.

– Estou bem. Como você está?

– Não se preocupe comigo, você está bem mesmo? Como se sente? Fraca? Forte? Por favor, sem esconder nada.

– Ela está bem, Drew, fica calmo. – Minha tia coloca a mão em seu ombro, em sinal de apoio. Ele relaxa um pouco e segura minha mão.

– Quando vou poder sair daqui!?

– Mais tarde, pequenina. Precisa descansar um pouco, tudo bem? – Explica meu pai Adam. Reclamo, mas entendo. Preciso voltar a me alimentar melhor, pelo meu bem, e pelo bem dos outros a minha volta. Não quero ver o olhar de preocupação nas pessoas que eu amo novamente.

Apesar de eu insistir milhares de vezes para Drew e Gus irem para casa, eles ficaram o dia inteiro comigo. Sou liberada apenas de tarde, e eles só vão embora depois de me deixarem em casa, no meu quarto, em segurança.

Meus pais não os deixaram ficar.

Vejo um pouco de televisão e respondo para os meus meninos quinhentas vezes que estou bem. Não sei se acreditam muito nisso.

A intenção era eles irem embora para descansarem, mas os bonitos decidem me ligar a cada meia hora para saber se estou bem, e não param nem por um segundo de falar no grupo. Presumo que não descansaram, porque se eles ficaram dez minutos sem falar comigo, foi muito.

– Podemos entrar? – Meus pais perguntam batendo na porta do meu quarto. Me ajeito antes de responder.

– Fiquem a vontade. – Eles entram com um sorriso no rosto e se sentam na cama. Lá vem bomba.

A biblioteca do amor | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora