vinte e três

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As vezes comemoro antes da hora.

Na volta para casa, Drew está no banco de trás comigo, e o pego mexendo no telefone. Ele abaixou o brilho e bloqueia a tela quando eu olho. Está escondendo algo, mas eu não sei se tenho o direito de perguntar. Eu não sei se estamos juntos para valer.

– Drew. – Chamo, tirando seu foco do telefone. Ele o bloqueia e guarda no bolso.

– Oi, linda.

– O que eu falo para os meus pais?

– Como assim?

– Tipo – Suspiro. Tímida para perguntar. – Estamos indo para a minha casa, você sabe né?

– Sim, Emy, achei que isso estava óbvio.

– É mas, nós acabamos de, sabe, nos resolver e... não sei, entende? O que eu falo para eles chegando com você em casa? Não quero mentir nem nada do gênero.

– Eu juro que estou tentando entender.

– Meu Deus, homem, ela quer saber se vocês estão juntos para poder falar com os pais dela. Você é tão burro assim? – Gus se intromete olhando para trás. Tony, que está no volante, não para de rir.

– O som do tabu quebrando, disse tudo amor! – Tony concorda com ele.

– Só não é mais alto do que o som que a coitada da mesinha lá da biblioteca fez pedindo por socorro, seus pervertidos. – Gus realmente ainda está impressionado com isso. Vai falar durante uma semana, ele é assim, e eu amo isso.

Drew ignora e volta a atenção para mim.

– Seus pais não gostam de mim. – Ele diz.

– Problema é deles, eu gosto. Eles também não gostavam da ideia de eu fazer faculdade de letras e mesmo assim estou fazendo. E não são os dois ok!? Adam adora você, Andrew não.

– Nunca entendi o porquê.

– Você come a filha dele com os olhos, Drew, acho que isso é um bom motivo. – Gus se intromete mais uma vez. Eu rio, Drew revira os olhos.

– Enfim, você fala o que quiser minha linda, são seus pais.

– Oh cabeça-oca – Perco minha paciência. – Eu não posso falar algo sem que você saiba. É sobre nós dois, e não sobre mim!

– Eu nunca fiz isso antes, nós somos o que você quiser que a gente seja, gata.

– Meu Deus eu vou te enforcar, garoto. Não é assim que funciona.

– Eu não reclamaria. – Ele sorri me puxando para um beijo, mas me afasto.

– Foco! Por um momento, você pode focar?

– Nós estamos juntos. Eu quero isso. É só o que eu sei.

– Então estamos namorando?

– É! Essa a palavra, tinha esquecido.

– Não, você nunca tinha escutado, é diferente. Entende o peso que vem junto com ela né?

– Na verdade ela é bem simples: gosto de você, você de mim, estamos juntos, pimba! Um namoro.

– Entende que não é uma relação casual que você tem com qualquer uma, certo? Se eu não posso ficar com ninguém, você também não pode. É óbvio que não vou te proibir de ir em festa ou sair com seus amigos, são sou desse jeito, mas quero respeito também.

– Já te expliquei que você não é qualquer uma para mim. Você acha que eu uso "eu te amo" como gíria? As únicas pessoa que eu digo isso é para minha mãe e minha irmã, Emily, não duvide que eu não vou te tratar com respeito.

A biblioteca do amor | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora