seis

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Só me toquei que tinha que ir trabalhar quando minha tia me acordou gritando e espirrando água em mim. Estava muito cansada pela noite de ontem com os meninos, mas sabia da minha responsabilidade.

– Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda... – A cada palavra que minha tia dizia, ela jogava mais água em meus rosto.

– Meu Deus, estou acordada!

– Finalmente! Vai, levanta, vai se atrasar para o trabalho. – Quando olhei no relógio ainda eram meio dia e eu só deveria estar na biblioteca as uma da tarde. Eu havia chegado em casa sete horas da manhã! Não dormi o suficiente.

– Mas tia, ainda falta uma hora! – Eu choraminguei me sentando na cama.

– Seu cabelo está uma bagunça e você precisa se alimentar. É óbvio que te acordei uma hora antes! Deu sorte de não ter tido aula hoje se não te acordaria umas cinco.

– Isso não é justo!

– Vou contar até três e começar a espirrar água denovo. Um...

– JÁ LEVANTEI! – Grito correndo para o banheiro. Ela vem atrás espirrando água em meu cabelo. Tranco a porta e começo a rir.

– Blá-blá-blá, você não me pegaaa!

– Cresce, Emy! – Ela diz rindo.

Quando me olho no espelho começo a rir de desespero. Resquícios de maquiagem, o cabelo todo para o alto e o vestido na altura da barriga. Minha calcinha estupidamente molhada.

Me arrumo o mais rápido que posso e prancho o cabelo. Prendo em um coque por não ter conseguido alisa-lo tão bem.

Coloco um moletom preto com um desenho do Groot, e uma calça jeans também preta com uns rasgadinhos. Pego o primeiro calçado que acho no guarda-roupa, um dos meus coturnos.

Quando desço as escadas meus pais não estão em casa, apenas minha tia.

– Cade eles? – Pergunto.

– Adam teve que ficar de plantão e Andrew ficou preso na casa de sua avó por causa da chuva.

– Choveu lá?

– Bastante.

– Que merda!

– Achei que diria "que alívio."

– Por que? – Pergunto ofendida.

– Eles não tem ideia de que saiu ontem. Não precisa explicar nada.

– Realmente, que alívio. – Minha tia sorri.

Me sento na mesa e ela me serve um prato enorme de macarrão e um copo de coca cola. Está toda sorridente, ou seja, vem coisa ai.

– Então... – Ela começa. EU SABIA! – Que horas a mocinha chegou ontem?

– Umas sete. – Respondo levando a comida na boca.

– E como foi?

– A festa?

– Não, Emily, sua primeira noite como stripper. Óbvio que a festa né!

– Ah – Digo rindo. – Foi legal.

– Só isso?

– É.

– Elabore.

– Foi mais divertido depois.

– TEVE UM AFTER? – Ela pergunta empolgada. Parece uma adolescente.

A biblioteca do amor | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora