dez

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Eu me considero uma pessoa intensa, mas as vezes meus pais conseguem me superar.

– Por que diabos você está com tinta vermelha na cara? – Pergunto ao meu pai Adam enquanto termino de me arrumar para ir assistir ao jogo de hóquei no gelo com Drew. Descobri que meus pais e minha tia também vão, pelo simples fato de que meu pai Andrew será o juiz do jogo. Essa é a coisa mais aleatória que eu ouvi essa semana.

– Porque eu estou torcendo para os iron, e a cor do time deles é vermelho!

– Eu também estou e não coloquei tinta na cara.

– Porque você é sem graça.

– Ei!

– Para de chamar sua filha de sem graça, Adam! – Interrompe minha tia. Meu pai abaixa a cabeça. Ninguém contraria essa mulher.

– Por que você vai mesmo filha? – Meu pai Andrew me pergunta descendo as escadas. Minha tia cruza os braços para ouvir minha resposta, que ela ja sabe qual é.

– Hum, bem... – Gaguejo um pouco e limpo a garganta antes de continuar falando. – Eu tenho um, é, um amigo que vai jogar. No time dos iron.

– Você nem tem amigos. – Diz meu pai Adam com a boca cheia de biscoito amanteigado. Insensível. Coloco a mão no peito como se tivesse ofendida e minha tia só lança um olhar para ele.

– Claro que ela tem amigos! – Papai Andrew diz ajeitando o cabelo no espelho e logo se virando para me olhar. – Só que esse nós não conhecemos.

– É, Emy, quem é? – Minha tia perguntando fazendo a sonsa. Hater ou fã?

– Ah, é, hum, bem, o Starkey, irmão da, é... irmão da minha chefe. – Digo com as mãos no bolso da calça jeans preta.

– Drew Starkey? – Andrew pergunta.

– É...

– O loirinho?

– É, pai.

– Sério? Hum...

– Não entendi. – Digo cruzando os braços.

– Ele não parece bem o seu tipo de amizade – Explica meu pai. – Starkey está na minha turma, e ja o vi na barriga da mãe, e sei o quão diferente ele é de você, e apesar de ser um homem esforçado, ele é muito crianção e babaca ainda.

– Babaca?

– É.

– Por quê?

– É o típico bad boy de filme americano, minha filha. Mulherengo que não se importa com nada. Mas desde que seja só amizade tudo bem. Mas enfim, vamos? – Ele diz balançando a chave do carro e finalizando a conversa. Meu pai realmente o conhece, mas não é preciso conhecer Drew para saber que tudo o que meu pai disse é verdade.

Chegando no salão do senhor Parker, o queridinho da vizinhança e um dos melhores amigos dos meus pais, logo dou de cara com Gus. Meus pais, que foram cumprimentar alguns conhecidos, não percebem quando vou ao encontro de meu amigo.

– Oi gatinha, ainda bem que veio. – Ele diz me abraçando.

– E perder a oportunidade de ver homem bonito jogando hóquei? Nunca meu amor!

– E que Deus abençoe a Elle Kennedy! – Caimos os dois na gargalhada e ele passa o braço por cima de meus ombros, me levando para dentro do local.

Nos sentamos nas fileiras da frente, e me arrependo instantaneamente de não ter trago casaco. Achei que apenas a calça jeans e uma blusinha larga de meia manga seria o suficiente. Me enganei.

A biblioteca do amor | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora