De ressaca e com o coração partido. A frase da minha vida.
Chorei abraçada com Gus até a hora de dormir. Eu tenho o melhor amigo do mundo.
– Gus, será que nós podemos ir almoçar no seu tio denovo? Tô com vontade de comer aquela sobremesa de... – Eu falo enquanto desço as escadas, mas tomo um susto quando vejo que não só tem Gus sentado no sofá.
Jade, meus pais e minha tia. O que diabos fazem aqui?
– Alguém gostaria de explicar?
– Precisamos conversar. – Todos eles falam juntos. Perigo, Emily, dê meia volta agora!
– Gus eu vou matar você.
– Somos os únicos amigos que você tem, e honestamente? Você precisa de nós. Precisa conversar. – Ele responde abrindo lugar no sofá, bem no meio de todo mundo, entre ele e meu pai Andrew. – Senta aqui. – Aceito o convite.
– Não contei nada a ninguém, você cora se quiser. Só disse que você não anda muito bem e precisa conversar. – Gus explica. É pegar ou largar.
Eu só tenho eles mesmo, então, por que não?
Não sei como eu consegui contar tudo sem derramar uma lágrima, mas desabafo.
Conto sobre a culpa que senti quando rolou aquilo com Gus e conto sobre as vezes que fiquei com Drew.
Desabafo sobre como me apaixonei por ele, como descobri isso. Mas o mais importante, eu conto como eu descobri, naquela praia em uma cidade desconhecida, que eu amava a mim mesma. Jade sorriu.
Contei mais coisas sobre mim. As noites chorando escondido dos meus pais e sobre a culpa e o peso que carrego. Sobre o bullying no início da faculdade que apenas minha psicóloga sabia e dentre outras coisas que eu não havia contado.
Mostro as conversas de ontem com Drew, e meus pais quase quebram meu telefone de raiva. Explico que Drew não é assim, ou pelo menos não o tempo todo. Explico que me apaixonei por um cara que cuida de mim, um cara que apesar de ser bem babaca as vezes, faz eu me sentir corajosa, segura e confiante.
Jade passa mal de rir quando conto que fiquei com seu irmão ontem a noite. Minha tia vibra vendo as marcas no meu pescoço e meus pais quase choram de emoção quando conto que gostei de ter beijado uma menina.
Gus só consegue continuar irritado com Drew.
– Mas se ele gosta de você, por que nunca fez nada? – Pergunta meu pai Adam.
– Porque ele não gosta, ele só é afim de mim.
– E qual a diferença?
– Ele só quer ficar comigo de vez em quando, sem compromisso, igual ele faz com as outras garotas.
– Mas mesmo assim, por que ele nunca tentou? Bem, além das outras vezes.
– Não sei. Talvez para não estragar a amizade? Eu sei lá, não quero mais pensar nele.
– Eu vou estrangular esse garoto. – Diz meu pai Andrew.
– Eu ajudo, se possível. – Sugere Gus e os dois começam a conversar sobre como fariam isso.
– Enlouqueceram? Menos, ok!? E gus, vocês são amigos desde mais novos, não estrague tudo por causa de mim!
– Eu não gostei do jeito que ele tratou você, Emily.
– Eu sei que não, mas por favor, converse com ele ao invés de acabar uma amizade de anos só por causa de mim. Não vale a pena.
– Quando se trata de você, tudo vale a pena. – Sorrio com o impacto que as palavras de Gus causam em mim. Mas fico confusa quando minha terapeuta repete aquela frase baixinho, como se já tivesse escutado, como se fosse algo repentino.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A biblioteca do amor | Drew Starkey
FanficEmily Brown é uma mulher amante de livros, de poucos amigos e que sonha em ser escritora. Emy começa a trabalhar em uma biblioteca para ganhar uma renda extra e sair da casa de seus pais, mas certo dia conhece Drew Starkey, um cara totalmente o seu...