treze

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Faço terapia desde que era criança, mas as vezes ainda odeio ir.

Quando eu tinha em torno de uns oito anos e cheguei em casa chorando porque meus amiguinhos na escola me chamavam de estranha, meus pais decidiram me por para fazer terapia.

Amo minha Terapeuta. Jade me ajudou e continua me ajudando em diversas áreas de minha vida, mas tem dias que realmente não estou afim, apesar que, toda vez que chego no consultório, eu começo a falar sem parar. Jade foi a primeira pessoa que me escutou de verdade.

– Aí depois o Drew foi comigo na montanha-russa grande porque o Gus estava com medo de ir, aquele idiota! Quando chegou no ponto mais alto eu queria chorar, sério Jade, o negócio era muito alto! Aí o Drew me abraçou e mandou eu não olhar para baixo, na descida fiquei abraçada com ele e ele rindo da minha cara, acredita!? Eu acho que preciso de novos amigos e... – Conto tudo sobre meu final de semana, extremamente eufórica. Não consigo contar alguma coisa sem falar alto, rápido e mexer as mãos.

Sou interrompida por uma risada de Jade.

– O que foi? – Pergunto parando de falar e relaxando os ombros.

– Você não percebe? – Ela me pergunta, como se a resposta fosse óbvia.

– O que?

– Você só fala do Drew, Emy.

– Ele é uma nova pessoa na minha vida e é meu segundo melhor amigo ué! O primeiro obviamente é o Gus porque eu conheci ele primeiro e ele me mataria se eu não o colocasse em primeiro lugar. Inclusive...

– Emily – Ela me interrompe com um tom sério quando eu volto a falar agitada. – Nunca te ocorreu o fato de que talvez, só talvez, você veja Drew como mais que um amigo?

– Já. – Respondo sinceramente.

– Já?

– É, quando ele me beijou no banheiro. Mas foi idiotice então nunca mais pensei nisso.

– Foi idiotice ou você só empurrou seus sentimentos para o fundo da sua mente denovo?

– Para com isso!

– Com o que?

– Para de me fazer pensar! Eu não empurrei nada para lugar nenhum. Drew é meu amigo assim como Gus.

– Ou você só está com medo.

– Medo de que?

– De se apaixonar.

– Ei! – Digo cruzando os braços e continuo a falar na intenção de me defender. – Eu não tenho medo de me apaixonar.

– Me deixe corrigir. Você tem medo de se apaixonar por uma pessoa real e tem mais medo ainda de que seja recíproco.

– Isso é calúnia e difamação. Eu poderia me apaixonar facilmente por Tom. Ele é legal e faz um ótimo macarrão.

– Tom?

– É! – Jade continua com o rosto confuso. – O cara novo do meu trabalho? O que me chamou para almoçar na casa dele?

– Ah sim! O que você conhece a duas semanas e nunca fala sobre?

– Claro que falo dele! Eu poderia facilmente estar apaixonada.

– É, mas você não está.

– Como você sabe? – Digo franzindo o cenho e girando o dedo indicador apontando para Jade, que da uma risada em resposta.

– Porque sou sua terapeuta e te conheço desde que era um pingo de gente. Nunca escutei você falar tanto de um homem real como fala de Drew. O mais perto que já te ouvi falar sobre caras, todos eles não existiam na vida real ou eram famosos completamente impossíveis de você alcançar.

A biblioteca do amor | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora