Cap. 38- Marca de incêndio

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Lydia estacionou o carro em frente à casa que era indicada no papel. Caminhou a passos curtos, ponderando como iniciaria a conversa sobre o sobrenatural de Beacon. Deu dois toques na porta e esperou ser atendida.

Demorou mais do que ela esperava, conseguiu ouvir algo caindo no chão, depois como se alguém tivesse tropeçado em algo, seguido de um sonoro "merda!".

—Hey, você veio! — Parrish falou, finalmente abrindo a porta.

—Desapontado?

—Nem um pouco... só achei que...

—Desculpe pelo atrasado, tive alguns... trabalhos, pra fazer com Stiles...

—Sim, claro! Vem, pode entrar! — O homem falou abrindo passagem.

Lydia tentou não reparar muito na casa. Mas ela notou que parecia ter sido arrumada com pressa, o pequeno aspirador de pó ainda estava sob a mesinha de centro, onde, embaixo, ela notou um gato preto deitado. Sentou-se no sofá, com sua bolsa no colo, e esperou pelo policial.

Parrish fechou a porta e, de maneira um pouco nervosa, tirou o aspirador de cima da mesa e levou para onde Lydia julgou ser o armário de limpeza da casa.

—Então... Cão do inferno? — Ele perguntou voltando.

—É isso que nós acreditamos...

—E o que sabemos sobre isso?

—Não muito coisa, infelizmente. Os bestiários não possuem muitas informações, um deles descreve como "possível delírio de um grupo de pessoas intoxicadas por cogumelos" — Fez aspas no ar e riu.

—Então eu sou o fruto da onda de alguém?

Se você for um cão do inferno... — Sorriu —Os bestiários dizem que os olhos brilham em laranja, em momentos de descontrole é como se fossem outra pessoa, como se duas almas habitassem o mesmo corpo...

—Isso é meio difícil de acreditar... — Parrish resmungou se sentando ao lado dela.

—Até um tempo atrás, nós achávamos que não existiam lobos na Califórnia... Agora nós não só sabemos que existem, como sabemos que os olhos brilham, eles andam sob dois pés e são musculosos...

Parrish riu, levando uma das mãos à barriga. Lydia tinha um sorriso satisfeito nos lábios.

—Mas sabemos também que cães do inferno possuem uma certa resistência ao fogo— Lydia falou abrindo a bolsa que estava em seu colo.

—E isso me deu alguns dias de licença e visitas médicas... — Resmungou.

—O que eles acham que vão encontrar? Alguma marca divina?

—Ou alguma marca de incêndio.

Lydia suspirou, pegou um livro de dentro da bolsa e o abriu na mesa. Parrish encarou as palavras, ele percebeu que era uma espécie de bestiário. Algumas páginas possuíam apenas textos, outras possuem imagens descritivas, tanto da criatura em si, quanto da dentição, garras, olhos...

—Aqui, esse é o seu capítulo... — A menina mostrou a página onde tinha escrito, em letras não muito bonitas, "Cão Do Inferno" —Como pode ver, ele não é muito longo.

A folha em questão, só estava preenchida até a metade. Continha algumas poucas informações, sobre a cor dos olhos, resistência ao fogo, e uma nota de rodapé: "Informações nunca confirmadas, retiradas de contos e histórias de ninar"

—Que tipo de histórias de ninar essas pessoas contam pros filhos? — Parrish indagou encarando Lydia.

—Quem sabe? — A ruiva suspirou.

Don't Be A Such SourwolfOnde histórias criam vida. Descubra agora