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Essa é uma adaptação de uma fic Carmen. Todos os créditos a autora que me permitiu adapta-lá.


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Tudo começou quando eu transei.

É, isso mesmo.

Eu tive a brilhante ideia de abrir as pernas em uma belíssima noite e isso me trouxe até aqui.

Quanto azar eu poderia ter, uma vez que quase nunca eu transava com homens e em uma dessas raras vezes acabei em um banheiro mijando em um palito depois de ter tomado cinco copos de suco de laranja?

Encarei aquele maldito palito de plástico como se minha vida dependesse disso, o que, no caso, era a verdade.

Tudo porque eu era estúpida demais para me lembrar de dizer para aquele idiota que não se devia rasgar a porcaria da camisinha com os dentes.

O que me lembra de dizer: não transem com idiotas.

Tudo também porque eu estava excitada demais para pensar em alguma coisa que não fosse "me fode logo, porra!". E tudo porque eu resolvi que aquela era a ocasião perfeita para me embebedar até esquecer meu nome.

Naquela droga de palito mijado sairia o que poderia destruir ou não tudo o que estive planejando.

Do outro lado da porta, Vic me esperava roendo as unhas de ansiedade.

Ela quem veio com essa conversa de teste de gravidez e mesmo que eu já estivesse suspeitando da situação, minha ideia inicial era ignorar e fingir que nada acontecia.

Não era como se isso fosse resolver caso o resultado fosse positivo, mas soava mais tranquilizador.

Era início do meu quarto ano em Engenharia de Minas, eu tinha um futuro promissor e perigoso na exploração de minérios no país e no mundo. Uma gravidez a essa altura do campeonato seria como um suicídio profissional.

Ouvi Vic batendo na porta enquanto encarava aquela porcaria em minhas mãos.

Li novamente as instruções para garantir que havia entendido realmente tudo.

Que droga!

Sacudi o palito como se o resultado fosse mudar como em um termômetro de mercúrio, mesmo que no fundo soubesse que não funcionaria.

Adeus, carreira. Olá, bebê.

-Maya, já deu o tempo! - ela me alertou e eu sabia disso - saia daí!

Suspirei. Eu não poderia passar o resto de minha atualmente inútil vida no banheiro, sentada no vaso sanitário com as calças arriadas até as panturrilhas, podia?

-Maya! - Vic me chamava, visivelmente preocupada.

-Estou me matando, Victoria , não interrompa - grunhi, ainda encarando o palito.

-Oh, droga - minha amiga suspirou - vamos, saia daí. Vamos pensar no que fazer juntas.

-Eu não posso,Vic - disse, observando que meu tom era tão sério que ainda estava em choque demais para chorar.

Será que se eu ficasse ali o feto perceberia que foi tudo um engano e iria embora?

-Ficar aí não vai mudar o resultado, Maya - Vic me disse como se lesse meus pensamentos - o bebê já está aí.

Joguei o teste que dizia "grávida" no lixo, subi as calças, lavei as mãos que tremiam como vara verde e saí, quase derrubando uma Victoria encostada na porta.

Ela me olhou, erguendo seus olhos castanhos piedosos em minha direção como se estudasse minhas reações àquela bomba.

-Eu estou grávida - minha voz não passou de um fio agudo.

With All My Love ( PRIMEIRA TEMPORADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora