Nove semanas.Estou com dois meses e nunca me senti mais deprimida.
Me sinto enjoada, meus hormônios estão loucos e o jeans já começa a incomodar.
Estou próxima da décima semana e o Natal também está batendo na porta. Eu sempre passo o Natal com minha família, mas dessa vez estou com medo.
Minha mãe perceberia. Sem sombra de dúvidas perceberia. Se não fosse pelo fato de eu vomitar todo fim de tarde e chorar até vendo comerciais de sabão em pó, seria pelo radar de mulher grávida que vem embutido em mamãe.
Ela conseguia perceber uma gravidez antes mesmo da grávida e arrisco dizer que antes do espermatozoide terminar de comemorar sua chegada ao óvulo. Costumamos chama-la de farejadora de fetos, tamanha sua precisão.
Tinha medo do que pensariam sobre isso. Medo de suas reações ao saber que não ficaria com o bebê.
Eu poderia não ir e chorar durante todo o Natal, quando eu completaria dez semanas, ou ir e contar sobre a coisinha.
Não... não podia deixar de ver meus pais, no entanto.
Com isso, eu estava resgatando minha mala recém chegada em Miami e controlando minha vontade de chorar.
Orei para que não estivessem usando perfumes doces ou entregariam tudo.
Arrastei minha mala até me encontrar no pavimento movimentado do aeroporto e procurei minha família, já enjoada de pavor.
Ali estavam eles, mamãe já cheia de lágrimas, Stephanie agarrada em minha mãe e papai ao lado de minha irmã caçula, uma mão pousada em seus ombros em apoio.
Meu peito doeu de saudades. E senti meus olhos queimarem com as lágrimas que me invadiram.
Apressei o passo e assim que a proximidade foi o bastante me lancei contra os três, nos juntando em um abraço.
-Senti tanta saudade! - choraminguei.
Mamãe nos separou e segurou meu rosto pelas bochechas, os lábios apertados em linha reta enquanto seus olhos varriam meu rosto.
Foi quando suas sobrancelhas se arquearam que eu tive a certeza: ela sabia.
Mamãe já havia farejado a coisinha de Carina
em meu ventre.Mas ela não disse nada, me deu um beijo terno na testa e me soltou, permitindo que meu pai me agarrasse em um aperto desajeitado.
-Sentimos sua falta, filha - ele disse em espanhol, como costumávamos falar entre família.
-Senti saudades, papa - escondi o rosto em seu peito.
Quando papai me soltou pude observar melhor minha irmã. Ela estava tão crescida!
Treze anos e quase maior que eu, o rosto ainda redondo e as grandes bochechas coradas.
Minha tão linda irmã...
-Você está tão grande - brinquei, ainda emotiva demais.
Um sorriso travesso marcou o rosto de Stephanie, que me cutucou a barriga.
-E você está gorda - provocou e sorri de nervoso.
-Não consigo sair daquela cafeteria - admiti, fazendo uma careta - mas nem estou tão gorda assim.
-Está mais gorda que da última vez que nos vimos - contestou Stephanie - Está quase tendo peitos de verdade.
-Stephanie! - mamãe ralhou.
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With All My Love ( PRIMEIRA TEMPORADA)
FanfictionMaya Bishop, vinte e dois anos de idade, estudante de engenharia de minas em Nova Iorque, viciada nas gostosuras da Cookie n Coffie, bem resolvida e grávida. Isso mesmo, grávida. Grávida e em pânico. " E pra deixar tudo isso ainda mais louco, eu...