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Ela era alta comparado a minha altura , tinha o rosto redondo e olhos castanhos curiosos. Linda. Uma menina.

Um bebê querendo outro bebê.

A princípio quis me matar ao dar o espaço de três dias e Amélia Shepherd  não ter me ligado com notícias ou ao menos mandado uma mensagem.

Até voltei na Cookies n Coffee na tarde seguinte, mas Andy me deixou ainda mais ansiosa ao dizer que a mulher havia cancelado a visita temporariamente por algum imprevisto.

A primeira coisa que pensei foi que havia fugido de mim e de meu problema, mas quando o quarto dia chegou e sua ligação vibrou meu celular exatamente às duas e quarenta e cinco da tarde, eu quase tive uma parada cardíaca.

Aparentemente, Amelia Shepherd havia ido a Miami buscar a candidata em potencial a ser mãe de meu filho.

E ali estava eu, cinco dias depois, no pátio da faculdade encarando os olhos castanhos  tímidos da mulher - criança? - que segundo Amélia  se chamava Carina DeLuca e queria ser mãe.

Eu me perguntava se ela ao menos tinha dezoito anos, porque aparentemente não parecia passar dos dezesseis.

Amelia havia me mandado uma babá que sequer terminou o colegial?

Mas eu não podia julgar, as pessoas quando muito não me davam mais de dezenove anos.

Talvez aquela menina fosse a irmã mais nova ou a filha da candidata.

Como eu perguntaria isso sem passar vergonha?

-Olá - me cumprimentou a menina com um sorriso largo que lhe cobria os olhos.

Ela era fofa e admito que corei ao ouvir sua voz  ser dirigida a mim, porque aquilo significava que teria de falar com ela e correr o risco de estar falando com a mulher errada.

-Hey, oi - foi a primeira coisa que consegui por para fora da boca - Carina DeLuca ?

- DeLuca - corrigiu minha pronúncia, indicando que tinha origem italiana.

Gostava daquilo. Apesar de morar há um bom tempo nos Estados Unidos não nasci aqui

Será que ela fala espanhol?

-DeLuca - me corrigi corando ainda mais.

-Isso - ela assentiu e sorriu, parecendo um bebê novamente.

-Bom, sente aqui então - convidei.

Eu parecia ser muito grossa, e talvez fosse, mas estava nervosa demais. Não me culpe, não é todo dia que a gente entrevista uma mulher para quem vai dar o bebê que carrega na barriga.

-Você parece muito nova, quantos anos você tem?

- Dezenove - respondeu, corando.

Senti meu queixo cair.

Dezenove?

Eu sabia que ela era nova e apesar de achar que ela tinha uns dezesseis anos, pensava que a garota era somente conservada. Mas ela era um bebê. Uma adolescente.

Que loucura...

-Dezenove? - perguntei sem conseguir refrear minha surpresa - dezenove anos e quer ser mãe?

Carina  corou ainda mais.

-Sim - afirmou, seu tom sendo firme demais para se pensar que era uma piada.

Não acredito, ela estava mesmo falando sério!

-Desculpe, mas por quê?

-Por que não ser? - ela perguntou, dando de ombros - eu apenas senti que é a hora.

With All My Love ( PRIMEIRA TEMPORADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora