27

1.6K 168 41
                                    

Não houve tempo para um silêncio constrangedor, em questão de dois minutos Carina nos guiou para dentro de um prédio de arquitetura modesta que dava um ar de conforto, cumprimentou o porteiro timidamente e nos enfiou no elevador, onde apertou o número nove e evitou me encarar.

Oh, que bebê...

Me aproximei, parando a sua frente e a olhando de baixo por uns dois centímetros.

-Eu estava olhando suas pernas - admiti, nos mantendo em uma distância segura onde minha barriga quase a tocava - são muito bonitas.

Mordi o lábio inferior a olhando lentamente de cima a baixo de jeito que quase senti pena de Carina pelo nível de taradice aplicado no gesto.

Ela ofegou quando pousei as mãos pouco abaixo do cós de seu short de cintura alta que eu podia sentir através da camiseta.

-E você, Carina? - perguntei, me inclinando para aproximar nossos rostos - para onde estava olhando?

A senti soltando a respiração trêmula pelos lábios entreabertos, seus olhos não deixavam os meus como se estivesse em um transe, até que ela os correu por meus rosto até meus lábios e subiu novamente por umas duas vezes antes de se fixar em minha boca e se aproximar, me fazendo fechar os olhos em um gesto automático de pura fraqueza ao sentir seus lábios tão perto dos meus.

-Eu estava olhando - ela sussurrou, os lábios se arrastando pelos meus fazendo uma pausa para mordiscar o inferior e me fazer sentir sua língua e seu suspiro - para sua boca.

E se afastou, me deixando completamente fraca. Abri os olhos a tempo de ver os dela se erguerem para um ponto sobre nós e ouvi estalinho avisando que a porta se abriu.

Carina olhou para mim cheia de meiguice, sorriu, piscando os olhinhos como se nada tivesse acontecido e indicou a saída.

-Vamos? - me convidou e segurou a porta para que eu saísse.

Era quase como se não soubesse que eu estava inteiramente atordoada.

Ela sabia o quanto havia me deixado atordoada? Eu estava em chamas.

Eu nem senti minhas pernas caminhando para o corredor, muito menos quando... opa!

-C-Carina? - gaguejei, surpresa ao senti-la atrás de mim afastando meus cabelos do pescoço e deixando beijos delicados em minha nuca.

O que estava acontecendo?

-Hm? - ela perguntou e senti um tremor correr por minha espinha pela vibração de sua voz em minha pele - eu sempre quis fazer isso...

Tem ideia do que é sentir a boca de Carina DeLuca em seu ouvido sussurrando com essa maldita voz e suspirando?

Ela se afastou.

O que?

O que?

O que?

Espera...

O que?

Respirei fundo tentando voltar para o planeta, minha cabeça parecia flutuar, eu estava completamente fora de órbita, então seu rosto surgiu a minha frente completamente sorridente.

Uma menina novamente me olhando em expectativa.

Ela estava abraçada a pelúcia e não me pergunte como isso foi parar em seus braços, mas estava tão fofa que me senti ainda mais atordoada.

Tipo, eu estava delirando agora?

Carina me olhou com atenção e curiosidade enquanto eu me recuperava. Aos poucos o sangue voltou a circular por meu corpo e minha mente processava o que havia acabado de acontecer.

With All My Love ( PRIMEIRA TEMPORADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora