Capitulo 57

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Eu estava assustada e com frio, sentia a lama em baixo dos meus pês, sangue escorrer pelo meu rosto e o vento frio da noite soprar meus cabelos, meu coração doía no peito acelerado e em apuros enquanto dava tudo de mim para fugir, dava tudo de mim para sobreviver.


" Você pode correr o quanto quiser garotinha, mas não pode se esconder de mim"


Escutei sua voz rouca vindo de longe e me tremi por completo, senti cada fio do meu corpo arrepiar, e sabia que se corresse rápido o suficiente eu poderia fazer isso, mesmo com cortes e hematomas pelo meu corpo eu podia fugir, eu só tinha que focar na minha família, eu queria ajuda, queria gritar por ela implorar de joelhos que viesse ate mim, mas sabia que ninguém viria, ninguém conseguiria chegar ate mim a tempo.


Eles eram mais rápidos do que eu, mais fortes do que eu e eu provavelmente era uma tola por tentar fugir, por pensar que tinha chances, meu eu tinha que tentar, mesmo que me matassem  por isso, por que é isso que ser mulher significa, ser mulher é estar pronta para a guerra mesmo sabendo que não tem nenhuma chance, ser mulher é saber de tudo isso e mesmo assim nunca desistir, nunca andar pra trás, gostaria de dizer que um belo homem de armadura me ensinou isso, e era exatamente isso que eu diria se me perguntasse, por que qualquer era melhor do que admitir que aprendi sozinha com a velha e amargurada vida, aquela que te espanca mesmo antes de você aprender a se defender.


Eu podia ver o final da trilha, e sorri, eu iria conseguir , iria voltar onde eu pertencia, onde todos meus amigos é família estava, eu ia finalmente voltar pra casa, ou ao menos era o que eu achava, até escutar o pior som que alguém poderia escutar, o som que traumatizou coração de homens valentes, homens que juraram ser Deus diante da maior arma letal já criada, homens que juraram nunca cair de joelhos, que juraram nunca chorar.



Um tiro


Uma arma disparada com os mais puros dos venenos, ódio , puro e brutal, você acha que vai estar preparado quando vier, que vai se segurar quando o sentir, mas absolutamente nada, nenhum tipo de simulação e capaz de te preparar pra isso, pra sentir o calor rasgar e entrar na sua pele, pra sentir o metal se misturando com o sangue, nada é capaz de preparar sua mente pra não entrar em estado de choque, pra não chorar e se dobrar.


A bala me atingiu bem no peito, esquentando toda a extensão,  me deixando sem ar, sem esperança, sem sonhos, apenas um corpo, que iria morrer sozinha, calada, a muito esquecida, eu vi minha esperança morrer , vi ela escorrer junto com o sangue pra fora do meu corpo, senti quando ela me deixou e disse seu ultimo adeus, eu senti absolutamente tudo.


Meu corpo foi puxado bruscamente do chão e fiquei cara a cara com o demônio em forma humana, ele me olhava de volta com olhos verdes feito a grama, tão verdes que poderia te deixar tonta ao olhar muito, como se pudesse cortar sua alma, lacerar seu espirito  e foi exatamente isso que senti quando ele me olhou, quando suas mãos apertarão meu pescoço cortando os últimos momentos que eu tinha de ar.


" Doce garotinha, quando você vai entender que não pode fugir de mim? "


Eu gritei ate que não houvesse ar nos meus pulmões ate que minha voz ficasse escassa e minha garganta doesse como fogo a queimando, senti cada célula do meu corpo hiperventilar , senti cada parte das minhas entranhas se contorcerem em pânico, senti cada gota de suor que derramei, cada tremor que mexeu com meus ossos e sacudiu minha mente.



Passei as mãos no tecido fino do lençol  e olhei em volta só para me encontrar exatamente onde eu havia deitado, na mesma cama, no mesmo lugar, mas eu ainda respirava pesado, ainda soada e ainda em choque por ser tão vivido, tão real que podia tocar seu rosto, podia sentir o metal se enraizar nos meus ossos  então me belisquei só pra ter certeza que estava em casa, contei meu dedos de trás pra frente e analisei minhas mãos.



Ajoelhe-se . Draco Malfoy/ Marcus Lopez 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora