HELLENA: 🌼
Eu juro, eu tava superando, Tava mesmo,
Tinha dias que doíam mais, outros que doíam menos, mas eu tava… aprendendo a lidar, Tava conseguindo respirar de novo, Tava ajudando a Érica, me distraindo com o bebê e os filhos da Maya, tentando viver, Mas aí, veio isso.Essa droga do mancha, dos pesadelos voltando, das lembranças que rasgam por dentro e queimam feito álcool em ferida aberta, E é sempre assim, quando parece que tá indo, a vida puxa de volta e mostra que não esqueceu, quando ouvi o Pereira gritando a batendo no Mancha, tive mais medo ainda, minha reação foi correr pro quarto.
Cobri meu rosto com o travesseiro e chorei muito, eu não tava acreditando que aquele pesadelo estava de volta de novo pra minha vida, porque logo agora? Porque de novo? Porque eu tenho que passar por isso tudo de novo? O que fiz pra merecer isso? A vida não escolhe com quem faz, ela só faz...
Senti a cama afundar e alguém puxar meu braço, eu sabia que era ele, mas eu não queria olhar, não queria falar com ninguém, não queria sentir ninguém, pra ser sincera, eu queria morrer.
Pereira: Ei princesa. — Me abraçou de lado. — Eu tô aqui, ninguém vai mexer contigo não, eu tô aqui. — A voz dele quebrava a cada momento.
Eu não podia deixar ele sofrer, Pereira merecia tudo de melhor, tudo mesmo, cada coisa que ele já suportou, a felicidade é a coisa que ele merece nesse momento.
Hellena: Gabriel. — Funguei, Ele me encarou. — Vai embora... Vai embora da minha vida, você merece a felicidade, eu sei que não me ama mais como antes e tudo isso é pena, pena de tudo que aconteceu, vai viver sua vida. — Ele negou, suas mãos foram para meu rosto, ele alisou delicadamente e logo em seguida encostou nossas testas.
Pereira: Hellena sua boba... — Sussurrou. — Em qualquer lugar que vou, Onde você está, eu estou, Estranha. — Ele suspirou pesado. — O meu pensamento te segue, minha saudade por você te persegue, Hellena, Meu amor não envelhece, sabe, cê não sai da minha mente, longe de você, eu me sinto doente, Seila, a mesma sensação de uma febre de 40° Graus ou um pouco mais. — Ele fechou os olhos e encarei minhas pernas. — Eu quero é você, Hellena, Eu amo só você, E que porra de felicidade, E o resto tanto faz, Tanto faz se eu tiver você. — Chorei mais ainda, eu amo tanto ele...
Hellena: Para, por favor, eu estou falando sério com você, me entende Gabriel, eu tô implorando isso pra você desde a Rocinha, mas você não entende que nós dois não dá mais, acabou... — Minha voz saiu tão fraca, nem eu queria acreditar nisso.
Pereira: Qual é, Hellena? A gente não acabou e não vai acabar! Eu já disse que estou aqui contigo nessa porra, eu não vou a lugar nenhum, já dei o papo pra você, abrace se quiser, quando eu ver uma sinceridade na tua cara, eu deixo você ir pra onde quiser, mas eu tô vendo que você não tá sendo sincera, e eu não sou moleque, Hellena, não vou soltar tua mão nesse momento, Porra Hellena, não faz isso comigo. — A voz dele falhou, seus olhos caiam lágrimas, mesmo fechado. — Você sabe que te amo pra caralho, não faz isso comigo. — Te abracei.
Hellena: Desculpa, Gabriel... Mas eu não consigo. — Ele se ajeitou na cama, deitou na cama e me puxou pro seu peito, ele não disse nada, só fazia cafuné no meu cabelo.
O silêncio tomava conta do quarto, o único barulho era das ondas do mar agitadas, a respiração do Pereira, A sensação de paz, sentir o peito dele subindo e descendo, suas mãos ainda no meu cabelo, aquilo estava me acalmando, Eu queria continuar sentindo aquela sensação, mas uma onda de sono me fez ficar cansada, lutei contra o sono, mas acabei pegando no sono.

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Sob O Morro
Fanfiction📍Rio de janeiro, Rocinha +18 Eu não sonhei em ser dono de morro, só fui vivendo, Quando vi, já tava com fuzil no ombro, nome na boca da polícia e respeito na quebrada, Aqui, quem anda devagar vira alvo, quem ama demais vira fraqueza... mas mesmo no...