Román e Zulema estavam sentados em frente a uma mesa com um senhor com a aparência de cabelos grisalhos e usava um óculos no rosto e aparenta ser rabugento.
- Queremos nos casar - Román diz - Mas sem aqueles casamentos na igreja, uma cerimônia pequena está ótimo, apenas para pessoas mais próximas, sei que temos essa opção.
Há dois dias atrás desde a conversa no carro, eles conversaram sobre como iria acontecer o relacionamento deles após a cerimonia de despedida do rei: Foi uma espécie de tortura para Román, que se esforçava para não chorar com o clima pesado. Olhando com o canto do olho para sua mãe e irmã, percebeu que suas feições eram sérias, elas estavam sendo fortes, e por fim a rainha subiu para discursar antes do caixão ser enterrado.
Quando a cerimônia terminou, Macarena se esquivou para voltar a seu quarto mas no meio do caminho, acidentalmente esbarrou em alguém. Quando ela olhou para cima, seus olhos encontraram dois pares de olhos verdes escuros penetrantes, que não transmitiam nenhum sentimento, eram frios.
Macarena rapidamente desculpou-se com o homem, ela sabia que era Victor Ramala e retomou seu caminho, sabendo de que os olhos a seguiram enquanto ela sumia no meio da multidão. Não demorou muito para que fizessem um novo discurso, chamando novamente a atenção de todos que estavam ali.
- A perda do rei Leopoldo causou um grande abalo no coração de todos nós. Porém, ainda há uma dúvida a ser debatida, a coroação de um novo monarca. Como todos sabem, Leopoldo teve dois filhos; na primeira gravidez da Rainha Encarna, tiveram um bebê, Sua Alteza Real, o Príncipe Román, e na segunda, a Princesa Macarena. Com a perda do rei, a coroa pertence ao próximo filho na linha do trono, ou seja, o Príncipe Román - O secretário pessoal da família discursou e apontou para onde o futuro rei estava, que prendeu a respiração por um momento, e enrijeceu o corpo por sua nova responsabilidade ao som das palmas e gritos como "Deus salve o rei" ao olhar penetrante de Zulema.
Zulema balançou a cabeça lembrando do que aconteceu no dia velório e logo após de que eles decidiram que o plano beneficiava os dois e entraram em uma conclusão, era um casamento por conveniência, digamos assim, sem relações sexuais, podendo ter relações com outras pessoas desde que ninguém saiba. Cada um com seu quarto, isso quem os ajudou foi o protocolo real e sempre ter que fazer o casal apaixonado na frente dos outros e agora estavam tentando fazer o plano dar certo.
Zahir não sabia quem ele era e suspeitou que fosse alguém que trabalhava para a monarquia, nas partes mais chatas e cheia de regras, conseguiu ler ao espreitar o nome na plaquinha que ficava bem a sua frente, Doutor Santiago Molina.
- Estão fazendo isso para você virar rei mais rápido? Ou por outra coisa? - O Doutor perguntou com um sorriso malicioso retirando o olhar de Zulema da placa e atraindo para ele.
- Não, claro que não, não é "meu amor" - Román direciona o olhar a Zulema e lhe dá um sorriso falso.
- Sim, queremos ser mais discretos por causa do último acontecimento. Leopoldo queria que seu filho se casasse com a mulher que ama - Zulema mente pensando que não era essa mulher e entrelaça sua mão com as do herdeiro do trono lhe dando também um sorriso falso.
- Só que, estamos juntos a bastante tempo e tínhamos que ser discretos, se não a imprensa iria cair em cima da gente e na época Zulema não estava preparada - explica Román.
- E agora você está Dona Zahir? - O homem pergunta.
- Você ainda pergunta? Não é óbvio? Se eu não estivesse pronta, eu nem estaria aqui.
Zulema estava perdendo a paciência e começando a desistir desse tremendo plano de merda, mas isso ela não iria fazer, era orgulhosa demais.
- Desculpe senhora - O homem pigarreou - Você tem toda a razão, o negócio é o seguinte... Não temos um rei para poder autorizar o casamento, então você deve ter o consentimento da rainha, sua mãe Encarna e se ela aceitar, hoje a noite podem anunciar o noivado, amanhã vocês vem para a cerimônia civil e finalmente se casam, o mais rápido possível como querem.
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God Save The Crown
FanfictionReis e Rainhas, mocinhos e vilões; Um verdadeiro conto de fadas, mas lamento informar que nessa história nunca houve um "Viveram felizes para sempre" ou um "Era uma vez", deixe isso para a literatura infantil, estamos mais para: salve-se quem puder...