Havia se passado meses desde o incidente e acusações provadas que levou à renúncia obrigatória do primeiro-ministro que de brinde, ganhou a sua condenação à prisão perpétua por desvio de milhões de dinheiro do governo, que por muito pouco não foi levado até a pena de morte, tendo como pensamento do povo e das autoridades máximas, que o mais apropriado era ele passar o resto de sua vida apodrecendo como um rato na prisão, palavras que foram gritadas pela população a todo canto do país em busca de justiça.
Dentre as dificuldades de um país visivelmente abalado pela decorrências passadas que ficaram enterradas para trás. Não havia esperança para lutar e ser feliz novamente. Porém todos teriam que seguir em frente, apesar das consequências. As ruas que antes estavam cheias de protestantes gritando por seus direitos, acabam ficando vazias, sem movimento e sem voz, somente com o vento varrendo as folhas secas que insistiam em cair das árvores.
O clima pesado e forte era notado pelo simples andar à frente do Palácio, sem rei nem rainha para os acenarem. Antes parecia que não havia vida, agora realmente não havia vida naquele lugar, muito menos no coração do país inteiro.
[...]
Macarena estava se arrumando em frente ao espelho do seu quarto, ajustando a manga de sua blusa preta, com uma calça e sapatos também da mesma cor. A cor preta já estava tomando conta de todas as suas roupas e está começando a se acostumar depois de tantos meses, mais precisamente, hoje havia se completado cinco meses desde o ocorrido, os mais difíceis da vida de Macarena, ao qual ela tinha que cuidar da família e da coroa.
"Aquele que carrega a coroa deve ser capaz de suportar o seu peso."
Em meios aos pensamentos, pensava no qual a sua feição de hoje em dia estava diferente do passado, parecia que ela tinha perdido o brilho e a vontade de viver, seus olhos avermelhados por conta de horas seguidas de choro, as olheiras demonstravam seu cansaço, que acabaram de ser cobertos por camadas de corretivo e um óculos escuros. Macarena perdeu muita coisa ao longo dos meses, antes ela era mais feliz mesmo assim ela não havia perdido o sorriso, mesmo que fraco, ela dava o seu melhor para deixar a filha um pouco mais feliz também.
- Vamos, mamãe? - Rosa apareceu na porta de seu quarto com uma feição triste, somente acenou e pegou sua bolsa, saindo com a mão de Rosa entrelaçada à sua, descendo as escadas e saindo pela entrada principal do Palácio. Macarena havia voltado para o Palácio, ela conseguiu que fosse feita uma reforma digna como Zulema queria e estava totalmente diferente, as cores mas com a mesma fachada.
Fora do mesmo, foram recebidas por uma rajada de vento frio, logo Macarena olhou para o céu, estava com a aparência de que iria chover, estava pintado de cinza, assim como a sua alma, afastou seus pensamentos e seguiu para o carro, abrindo a porta e colocando Rosa na cadeirinha após isso, foi para o banco do motorista, logo saindo indo para seu destino.
O caminho ao todo pela rua foi tranquilo em um silêncio confortável dentro do carro das únicas princesas presentes nos dias atuais. Somente quando desceram do veículo, algumas pessoas se aproximaram e vieram lhes saudar com reverências e apertos de mãos em forma de luto.
Mesmo sem palavras sendo ditas diretamente, podia-se ler através dos olhos de cada um deles como "Estamos com vocês'' ou "Deus salve a Rainha".
Maca após o pequeno tumulto o qual enfrentavam, os agradeceu firmemente e por fim conseguiram adentrar ao cemitério. Este lugar lhe dava arrepios desde suas incontáveis visitas no mesmo, lugar de tristeza e lembranças, a qual tentava esquecer. O coração é um cemitério de amores, onde alguns foram enterrados vivos.
Macarena ao passar pelas lápides com Rosa agarrada a sua mão, a qual antes ela vivia segurando a de Zulema. Pensava que era interessante por um lado, imaginar que em cada uma delas representava uma história que ganhou um ponto final.
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God Save The Crown
FanfictionReis e Rainhas, mocinhos e vilões; Um verdadeiro conto de fadas, mas lamento informar que nessa história nunca houve um "Viveram felizes para sempre" ou um "Era uma vez", deixe isso para a literatura infantil, estamos mais para: salve-se quem puder...